Um consórcio formado por Petrobras e Shell venceu, sem concorrência, nesta quinta-feira (4), o leilão de duas de três áreas não contratadas em produção no pré-sal nos campos de Mero e Atapu, realizado na Bolsa de Valores do Brasil, a B3. As empresas, que já são sócias nos dois campos, vão pagar R$ 8,8 bilhões ao governo federal, abaixo dos R$ 10,2 bilhões da estimativa divulgada pela União em novembro. Não houve lances para uma terceira área ofertada, de 0,833% em jazida compartilhada de Tupi, cujo valor mínimo era de R$ 1,69 bilhão.
No caso de Mero, Petrobras, com 80% da parceria, e Shell, com 20%, por participação da União de 3,5% em jazida compartilhada, cujo valor mínimo estipulado no leilão era de R$7,65 bilhões, pagarão R$ 7,79 bilhões. Por Atapu, com 26,76% da Shell e 73,24% da Petrobras (73,24%), o consórcio ofereceu R$ 1 bilhão pelos 0,95% da União jazida, quando o mínimo estipulado era de R$ 863,32 milhões.
PUBLICIDADE
A Petrobras informou que, com a aquisição desta quinta-feira, aumentou sua participação na jazida compartilhada de Mero de 38,60% para 41,40%. No caso de Atapu, o aumento, segundo a estatal, foi de 65,687% para 66,38%. O valor a ser pago pela empresa ainda este mês é de R$ 6,97 bilhões, e a assinatura dos contratos está prevista para ser feita até março de 2026.
O presidente da PPSA, estatal que representa a União nos contratos de partilha de produção no pré-sal, Luis Fernando Paroli, disse, depois do leilão, que a falta de lances por Tupi indica que possivelmente a visão dos compradores foi pior do que a expectativa que o governo tinha. Ele ressaltou, no entanto, que a União não perde nada com a ausência de interessados, porque continuará recebendo e vendendo o óleo referente a sua participação na área.
A Shell Brasil destacou que a participação adicional em projetos do pré-sal no Brasil fortalece a posição da empresa em áreas onde já possui ativos e apoia o objetivo da companhia de manter uma produção relevante de líquidos de 1,4 milhão de barris por dia até 2030.
“O lance vencedor do leilão de hoje reforça nossa abordagem disciplinada para ampliar o portfólio da Shell no Brasil”, disse Peter Costello, presidente de Upstream da Shell, em nota. “Nossos ativos no Brasil estão entre os mais competitivos em nosso portfólio global, combinando forte desempenho com uma baixa pegada de carbono”, acrescentou Costello.

















