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Importação de combustível vai aumentar 40% se não houver investimento, diz EPE

O volume de importação de derivados de petróleo do Brasil deve alcançar os 700 mil barris diários, em 2030, de acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O número representa crescimento de 40% em relação ao volume atual, de cerca de 500 mil barris diários.

Segundo o diretor de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da estatal, José Mauro Coelho, esse número será alcançado, se não houver investimentos em nova capacidade de refino no país, na próxima década.


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De acordo com Coelho, no mesmo período, a produção de petróleo brasileira alcançará 5 milhões de barris diários, ante os atuais cerca de 2,5 milhões de barris diários. A expectativa é que o Brasil exporte cerca de 3 milhões de barris diários de petróleo no fim da década.

Os dados fazem parte de estudo feito por Angela Costa, Giovani Machado, Rachel Henriques e Rafael Araujo de panorama sobre a transição energética, cujos principais resultados foram apresentados ontem, em evento promovido pela estatal, em parceria com o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), no Rio.

No evento, o diretor informou ainda que a produção de etanol deve crescer, dos atuais 34 bilhões de litros/ano para 49 bilhões de litros, em 2030. No mesmo período, a produção de biodiesel aumentará, passando de 5,4 bilhões de litros para 11 bilhões de litros.

Para o ex-presidente da EPE e atual presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso, o Brasil deve usar a vantagem competitiva que possui com relação ao etanol para os veículos leves. A eletrificação, explicou, poderia ser aproveitada para veículos longos, como ônibus urbanos.

Tanto para o consultor quanto para o diretor da EPE, o movimento de transição energética se dará de forma lenta, ao longo de muitos anos.

Presente ao evento, o diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da Shell, Flavio Rodrigues, disse que a petroleira investe cerca de US$ 25 bilhões por ano, dos quais aproximadamente US$ 2 bilhões em novas energias. "A tendência é que esse número aumente", afirmou Rodrigues.

De acordo com Clarissa Lins, sócia-fundadora da Catavento Consultoria, o caso da Shell é um exemplo de empresa de petróleo que está investindo em energia.

Segundo Barroso, da consultoria PSR, o desafio de encontrar modelos de negócios, de financiabilidade e de regulação para a transição energética é uma questão não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Fonte: Valor






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