No encerramento da viagem à Ásia e ao Oriente Médio, o presidente Jair Bolsonaro r ecebeu um convite formal da Arábia Saudita para ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo ( Opep ). A proposta reflete a crescente importância do país no mercado internacional com as perspectivas da produção do pré-sal, mas, para especialistas ouvidos pelo GLOBO, não é vantajosa para o Brasil .
Com 3,1 milhões de barris produzidos por dia em agosto, o Brasil poderia se tornar o terceiro maior produtor da Opep, depois de Arábia Saudita e Iraque. A crescente produção brasileira é um fator que dificulta o esforço da organização — um cartel formado por 14 países formalizado em 1960 — para manter o preço internacional do petróleo no atual patamar, assim como a produção de óleo não-convencional nos EUA .
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Para especialistas, ingressar na Opep não seria vantajoso para o Brasil no momento em que o país planeja acelerar a produção de petróleo, sobretudo no pré-sal. Isso porque o cartel fixa cotas para seus países membros, limitando a produção para manter o preço alto da commodity . Além disso, o Brasil não teria como limitar a operação de petroleiras privadas que atuam no país.
— Hoje, a produção da Opep é de cerca de um terço da produção mundial, não tem mais o prestígio que tinha no passado. E o Brasil não pode se sujeitar às cotas — diz o ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) David Zylbersztajn.
Fonte: O Globo