Os 17 contratos de partilha da produção de petróleo em campos no pré-sal já em desenvolvimento poderão gerar US$ 204,4 bilhões para os cofres da União nos próximos dez anos. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira pelo presidente da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), Eduardo Gerk, no 3º Fórum Técnico Pré-Sal Petróleo, que neste ano acontece virtualmente.
Desse total, a arrecadação com a venda da produção é estimada em US$ 75,3 bilhões. Outros US$ 72,4 bilhões virão em royalties e mais US$ 56,7 bilhões em tributos.
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Dos 17 contratos, três já estão com uma produção de 45 mil barris diários (Mero, Sudoeste de Tartaruga Verde e Emtorno de Sapinhoá).
Por conta dessas projeções de recursos significativos que a União receberá na próxima década, o ministro da Economia Paulo Guedes, tem falado de sua meta de privatizar a PPSA. A estatal, contudo, não possui ativos e é gestora dos contratos de partilha, presidindo os comitês operacionais de todos os contratos.
Por isso, de acordo com especialistas do setor, o que o governo federal deve estar planejando é a venda futura da parcela da produção de petrólro que caberá à União.
Segundo estudo apresentado por Eduardo Gerk, nos próximos dez anos, a parcela da produção de petróleo que caberá à União é estimada em 1 bilhão de barris de óleo, considerando os 17 contratos de partilha que são geridos pela PPSA.
Os dados foram apurados pela área de planejamento Estratégico da PPSA e tomou como premissas os planos de desenvolvimento dos consórcios, análises técnicas da equipe e o cenário de referência de preços de petróleo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo a apresentação, a produção média diária dos 17 contratos será crescente nos próximos anos, principalmente a partir de 2025.
Em 2030, a estimativa é que esses campos atinjam uma produção da ordem de 3,6 milhões de barris por dia, quando se estima que a produção do país será da ordem de 5,26 milhões de barris por dia.
Ou seja, a produção desses campos representarão cerca de 2/3 da produção total.
Para atingir esse volume elevado de produção nesses campos, de acordo com Eduardo Gerk, serão necessários investimentos de US$ 122,7 bilhões entre 2021 e 2030, com pico de gastos em 2028, quando deverão entrar em produção seis navios-plataformas (FPSOs).
O estudo da PPSA estima que, no período, serão contratados 24 FPSOs e perfurados 387 poços. Todos esses cálculos não consideram novos leilões, nem contratação dos excedentes de Atapu e Sépia, na cessão onerosa, que serão ofertados em 2021.
Fonte: O Globo