A Autoridade Portuária de Santos (SPA) deverá abrir chamamento público para a doação de estudos
O projeto de um túnel imerso para a ligação seca Santos-Guarujá começará a ganhar corpo nas próximas semanas. Entre janeiro e fevereiro, a Autoridade Portuária de Santos (SPA) - novo nome da antiga Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) - deverá abrir chamamento público para a doação de estudos relativos ao túnel.
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A informação foi dada ao Valor pelo presidente da estatal, Fernando Biral, que prefere não entrar na disputa crescente entre os defensores desse projeto e o plano de uma “superponte” apoiado pelo governo João Doria (PSDB).
Casemiro Tércio Carvalho, ex-presidente da SPA e líder do movimento “Vou de Túnel”, alega que a ponte não afetaria somente o desenvolvimento futuro do portuário. Segundo ele, prejudicaria a navegabilidade desde já, elevando o risco de acidentes e o tempo de manobra dos navios de grande porte, com a possibilidade de filas para o canal de acesso ao porto.
Tércio acredita que o túnel custaria em torno de R$ 3 bilhões e teria um pequeno valor presente líquido (VPL) negativo - estimado em R$ 300 milhões. Ou seja, as receitas obtidas com tarifas dos usuários não arcariam totalmente com o investimento na construção e na operação do projeto.
O executivo defende que o empreendimento seja levado adiante como subconcessão da própria autoridade portuária, mas antes de sua privatização - já anunciada pelo governo Jair Bolsonaro e prevista para 2022. Com isso, o futuro dono ou concessionária do Porto de Santos herdaria esse contrato.
Para ele, o túnel tem vantagens logísticas sobre a ponte e o bônus de beneficiar a mobilidade urbana, porque o VLT de Santos já chega muito perto de onde estaria localizado. Além disso, desoneraria usuários do Sistema Anchieta-Imigrantes, complexo de rodovias que conecta São Paulo à Baixada Santista e é operado pela Ecorodovias. Um caminhão carregando contêiner paga em torno de R$ 150 para percorrer esse trajeto.
Em novembro, como antecipou o Valor, o governo Doria entregou ao Ministério da Infraestrutura uma revisão do projeto de ponte Santos-Guarujá. O novo projeto prevê uma ponte pênsil - antes era estaiada - com 750 metros de largura e 85 metros de altura no vão principal. O investimento é estimado em R$ 3,9 bilhões e seria bancado pela Ecorodovias, por meio de um aditivo à concessão da Anchieta-Imigrantes, que expira em 2026.
Fonte: Valor