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Refinarias da Petrobras operam com 60% de capacidade, diz banco

A Petrobras reduziu o nível de utilização de suas refinarias a 60%, para enfrentar a queda de demanda sem estrangular a capacidade de armazenamento de combustíveis no país. A falta de tanques nos Estados Unidos levou a cotação do petróleo WTI a ser negociada em valores negativos na segunda (20).

Em relatório de conferência com a direção da estatal, o banco UBS diz que a companhia afirmou que não necessidade de parar refinarias devido à queda de demanda. "O presidente [Roberto Castello Branco] destacou que o nível atual [de utilização] é suficiente para manter o equilíbrio dos estoques", dizem os analistas do UBS.


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A Petrobras só abre os números de taxa de utilização em seus balanços trimestrais. Em nota à reportagem, disse apenas que "algumas refinarias estão operando em carga mínima, garantindo a operação da unidade com segurança". "Não há refinarias paradas", afirmou a estatal.

A produção de petróleo também já foi reduzida a um teto de 2,07 milhões de barris por dia em abril, também com o objetivo de evitar estrangulamento da capacidade de tancagem. A Petrobras não informa, porém, qual o nível de utilização de sua infraestrutura de armazenagem.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o Brasil tem 2.030 tanques para armazenamento de petróleo, gás e biocombustíveis. Essa estrutura comporta 34 milhões de barris de petróleo e 50 milhões de barris de derivados, excluindo o gás de cozinha.

O elevado uso da capacidade para estocar petróleo em meio a queda abrupta do consumo é um dos desafios do setor atualmente. Nos Estados Unidos, o nível de utilização da capacidade subiu de 46% no início do ano para 60% no último dia 17.

Na região de Cushing, no Oklahoma, um dos maiores polos de armazenagem de petróleo do país, o nível estava em 76%. de acordo com dados da EIA (a agência estatística do Departamento de Energia dos Estados Unidos). Com capacidade para estocar 76 milhões de barris de petróleo, a região tinha 57 milhões de barris no dia 17.

Sem ter para quem vender nem onde guardar o petróleo, investidores correram na segunda para se desfazer de contratos com entrega do produto prevista para maio, levando a cotação do WTI a fechar em menos US$ 37,63 (R$ 199) por barril - na prática, os compradores pagaram para não receber o petróleo.

O problema ainda é mais localizado nos Estados Unidos, dizem especialistas, que nos últimos anos se tornaram grandes produtores de petróleo mas não têm grande capacidade nem histórico de exportação da commodity.

Mas a queda de 24% na cotação do petróleo Brent na terça (21) reforça que a demanda está fraca em todo o mundo. O barril negociado em Londres, que é referência global de preços, fechou o pregão da segunda a US$ 19,33 (cerca de R$ 105, pela cotação atual), o menor valor desde fevereiro de 2002.

Nesta quarta (22), a cotação se recuperou, subindo 6,3%, para US$ 20,56 (R$ 111) por barril. Ainda assim, o cenário preocupa as petroleiras, que já anunciaram uma série de medidas para enfrentar a crise, como suspensão de investimentos e cortes de custos.

Em relatório divulgado nesta quarta, o BB Investimentos diz esperar que a Petrobras anuncie suas estimativas de preço do petróleo no longo prazo, com efeitos nas expectativas de receita e lucro para os próximos trimestres.

Fonte: Zero Hora






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