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Agrovia do Nordeste encerra operação em Suape

Além de atingir a Petrobras e ter consequências sobre o polo naval e a Refinaria Abreu e Lima, as investigações da operação Lava Jato reverberaram sobre outro empreendimento em Suape: a Agrovia do Nordeste. Controlada pela OTP - braço de logística da Odebrecht - a empresa está entregando o terminal açucareiro de volta ao Porto, em função do pedido de recuperação judicial da Odebrecht. Instalado no cais 5 com investimento de R$ 130 milhões, o terminal iniciou os serviços de armazenagem em 2016 e começou a operar plenamente em 2017.

“A empresa fez um pedido de reequilíbrio do contrato ao governo federal e conseguiu uma permissão precária para movimentar outros tipos e grãos porque só a movimentação de açúcar não estava sendo suficiente para viabilizar o terminal. Mas a avaliação acabou demorando tanto, que veio o pedido de RJ da Odebrecht, a empresa perdeu fôlego e está nos entregando o terminal”, adianta o presidente de Suape, Leonardo Cerquinho.


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O executivo diz que a expectativa é fazer uma espécie de contrato de transição para que o terminal não fique sem funcionar e fazer uma licitação simplificada. “É uma pena, porque quando o terminal chegou fazia todo sentido. Mas cabe uma crítica a esses modelos de concessão que precisam ser mais ágeis e flexíveis para atender a demanda do mercado”, defende Cerquinho.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool e Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, diz lembra que o setor foi bastante atuante na atração do terminal açucareiro para Suape, que funcionava em complementariedade ao terminal do Porto do Recife e diz que as indústrias do setor estão dispostas a cooperar para que não haja uma descontinuidade. “Havendo uma desistência da Odebrecht outras empresas podem se interessar, inclusive por meio de um pool de usinas para que não haja uma interrupção”, sugere. O terminal da Agrovia tem capacidade para movimentar 750 mil toneladas de açúcar por ano, com foco no produto refinado e ensacado. A Agrovia tinha planos de investir R$ 79 milhões para construir cinco silos e modernizar sua esteira para movimentar milho, malte, cevada, arroz e soja não transgênica, mas o projeto ficou pelo caminho.

ESTALEIROS E REFINARIA
No polo naval, Cerquinho diz que está em estudo a mudança da legislação para garantir que outras atividades possam ser realizadas dentro dos estaleiros. Ele cita como exemplos usinas de asfalto e fábricas de pás eólicas off shore, mas reconhece que são atividades para não deixar a estrutura paralisada, mas que não são intensivas como a indústria naval.

A Rnest está à venda, mas ainda não conseguiu desenrolar o imbróglio de concluir a unidade de emissões de gases na atmosfera, graças a briga judicial com a empreiteira que toca a obra. Enquanto isso a licença de operação está na mesa do departamento jurídico da CPRH e a unidade não está autorizada a processar mais do que 100 mil barris de petróleo por dia e ainda é obrigada a processar um petróleo mais caro, com menos teor de enxofre, tornando a operação mais cara e menos eficiente.

Fonte: JC






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