O abandono do Arco Metropolitano deverá ser apurado numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O pedido de abertura da CPI deve ser votado ainda este mês.
Autor do texto, o deputado Max Lemos (MDB) protocolou o projeto na Mesa Diretora mês passado, após reunir mais de 40 assinaturas de outros parlamentares. O trecho de 72 quilômetros da via - entre a BR-040 e o Porto de Itaguaí - inaugurado em 2014 custou R$ 2 bilhões aos cofres públicos; R$ 96 milhões só com os mais de 4 mil postes de iluminação solar. O percurso total deveria ter 145 quilômetros, ligando Itaboraí a Itaguaí.
PUBLICIDADE
No último domingo, O GLOBO mostrou que os problemas no Arco vão de má conservação a falta de policiamento. Só no primeiro trimestre deste ano, 107 veículos foram roubados na rodovia. Os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também indicam que o transporte de cargas ainda é um dos principais alvos dos bandidos. Só este ano, 11 casos foram registrados na via, cinco no mês de março. Apesar dos números, a PRF afirmou que as equipes ficam baseadas em outras rodovias próximas ao Arco porque a segurança da via foi repassada para o órgão sem haver qualquer infraestrutura para a realização do trabalho.
— O Arco Metropolitano foi uma obra em que se gastou muito dinheiro e o resultado não favoreceu a população. Com a CPI, além de apurar a má conservação, pretendemos contribuir no planejamento da expansão urbana no entorno, estabelecendo o uso misto dos segmentos de habitação, comércio, serviços e indústrias — afirmou o deputado Max Lemos.
Em outubro do ano passado, o estado devolveu a administração da via para a União. Desde então, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) é responsável pela gestão do Arco Metropolitano.
Fonte: Extra