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ALL quer dobrar de tamanho em cinco anos

Capitalizada e com a incorporação da Brasil Ferrovias já concluída, a ALL-América Latina Logística traça planos ambiciosos para o futuro. A companhia, com uma malha de mais de 21 mil km no Brasil e Argentina, almeja dobrar de tamanho em cinco anos. Isso significa duplicar a receita líquida projetada em R$ 2,7 bilhões para este ano, segundo analistas. Para a ALL, isso não seria propriamente uma novidade: cinco anos atrás, sua receita era de R$ 1,2 bilhão.

Bernardo Hees, presidente da ALL desde 2005, afirma que essa é a meta traçada, mas ele evita fazer projeção de receita. "Vivemos um dos melhores momentos da companhia do ponto de vista de projetos e plataforma de crescimento para os próximos anos", diz ele, que trabalha na ALL há 11 anos, onde entrou como trainee.


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Hees pontua que há um portfólio variado de projetos. Alguns já anunciados e em andamento e outros em maturação e estudos que vão alavancar o volume de cargas da companhia. A empresa busca crescer mais no segmento industrial, que ganhou força na ferrovia com a crise, assim como quer aumentar a participação de grãos. Atualmente, é de 40% a 45%. "Em 2010, já queremos ter 50%, trazendo mais soja do Mato Grosso".

Antes da aquisição da Brasil Ferrovias, em 2006, o mix de cargas era meio a meio entre grãos e industrializados. Com o negócio, o segmento de grãos elevou sua participação para cerca de 80%. Com a busca por mais cargas industriais, essa proporção hoje está em torno de 70%. No futuro, afirma Hees, deve se estabilizar em torno de 60%. "A área de granéis está crescendo muito".

Um desses projetos é a parceria com o grupo Cosan anunciada este ano para montagem de uma plataforma de transporte de açúcar do interior de São Paulo até Santos. Vai adicionar cerca de 10 milhões de toneladas de carga do produto até 2013 para a ALL. O investimento de R$ 1,2 bilhão - na malha ferroviária, locomotivas, vagões e terminais de captação e no porto - será feito pela Rumo Logística, controlada da Cosan.

O investimento da própria empresa está orçado em R$ 1 bilhão no próximo ano, considerando R$ 300 milhões que estão sendo aplicados na extensão da ferrovia até Rondonópolis. O trecho de 260 km terá três anos de obras, com desembolso total de R$ 700 milhões. "Ficará todo pronto em 2012, mas em 2011 já estaremos operando em parte dele", informa. A obra conta com 90% de financiamento do BNDES e 10% do FI-FGTS.

A expectativa de Hees é que a ALL continue investindo em torno de R$ 700 milhões anuais nos próximos anos. O valor se justifica para manter a compra de 50 locomotivas e 1,2 mil vagões a cada ano. Apenas em 2010, a ALL terá de comprar 30 mil toneladas de trilhos, material que é todo importado. "Em 2009, fomos a empresa que cresceu, investiu e contratou". O aporte foi de R$ 650 milhões e a ferrovia adicionou 300 maquinistas ao seu quadro de pessoal.

Até o terceiro trimestre, a ferrovia cresceu o volume de cargas transportadas em 9,9%. A previsão é que feche o ano em linha com esse índice. Já sobre 2010, com a economia mais aquecida, Hees acredita que o crescimento será maior.

Outra frente de negócio na qual a ALL planeja crescer é a de transporte de contêineres, passando a competir com a MRS Logística. Segundo o executivo, em cinco a sete anos a meta é deter 40% da movimentação no porto de Santos, dentro de cinco a sete anos. Hoje, é de mero 1%. "Estamos conversando com operadores portuários e outros investidores que poderão ser parceiros nesse projeto", afirma. A estimativa de investimento é de R$ 600 milhões. A ALL quer inaugurar o sistema "doble stack" no transporte de contêineres no país - vê esse sistema, que acomoda dois contêineres em um único vagão, como único caminho para enfrentar o modal rodoviário.

Na carteira de projetos, a ALL analisa instalar no porto de Santos um terminal para grãos - similar ao que tem em Paranaguá, com a Mitsui. Trata-se de uma retroárea para armazenagem e descarga para até 120 mil toneladas.

Com a Vale, começou conversas com vistas a um plano de transporte de minério de ferro da mina que tem em Corumbá (MS). A mineradora já anunciou que desenvolve projeto para ampliar essas operações no futuro.

Segundo o executivo, depois da captação recente de R$ 1,2 bilhão, que teve participação ativa dos acionistas controladores, a empresa ganhou flexibilidade para captar no futuro até cerca de R$ 2 bilhões. Como o grupo controlador ficou com 57% do capital ordinário e a ANTT (agência reguladora) exige mínimo de 50,1%, ficou uma folga de 7% que pode ser vendida no mercado. Os novos recursos deixaram a situação financeira da ALL mais confortável. A relação dívida líquida/Lajida deve cair de 2,4 para cerca de 1,5.(Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro e Fernando Teixeira, de São Paulo)

 






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