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Alternativa possível

Com condição de utilizar seu próprio terminal após acidente, Anglo Ferrous embarca grãos no porto de Santana

O porto de Santana (AP) teve um incremento na movimentação de minério após o desabamento do terminal da Anglo Ferrous, no dia 28 de março. Depois de dois meses impossibilitada de transportar o seu minério de ferro produzido no Amapá, a Unamgen Mineração e Metalurgia S.A. retomou a exportação do produto, via porto de Santana. O embarque do minério, a empresa iniciou o processo de estoque do produto ainda em maio.

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As mineradoras prejudicadas pelo acidente utilizarão a estrutura do porto organizado da Companhia Docas de Santana (CDSA) para movimentar o minério e entraram em acordo para arcar com a recuperação das vidas de entorno. Além da Anglo e da Unamgen, Amapá Florestal e Celulose S.A. (Amcel) e Zamapá Mineração S.A. desembolsarão um total de R$ 600 mil para as melhorias. O valor foi definido pela Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap).

A Anglo deve arcar com 50% dos custos, a Unamgen ficou com 30%, a Amcel deve financiar 13,3% e a Zamapá aplicará os demais 6,7%. Os percentuais foram definidos pelas empresas após a negativa de ajuda por parte da prefeitura de Santana e do governo do Amapá, que alegaram ‘dificuldade orçamentária’. A previsão é que o recapeamento das vias seja concluído em dois meses.

Segundo a Companhia Docas de Santana (CDSA), o carregamento foi realizado dentro do período estipulado de cinco dias. “Organizamos o porto e estamos conseguindo suprir a necessidade de transporte de duas grandes empresas de minério do Amapá”, afirmou o diretor-presidente da CDSA, Edival Tork.

A falta de espaço e equipamento adequado para o carregamento de minério estão entre os entraves para a utilização do porto organizado. Tork explica que o porto de Santana não tem vocação para movimentação de grande volume de minério. As operações são realizadas no pátio da companhia com utilização de caçambas. O carregamento em Santana leva quatro dias, quando as operações deveriam levar, no máximo, dois dias. Tork acrescenta a limitação das caçambas em comparação aos shiploaders.

A distância entre a estrada de ferro e o porto de Santana é de aproximadamente dois quilômetros. Algumas empresas levam a carga direto da mina, enquanto outros colocam no ‘pulmão’ — área para estocagem de minério.

Tork diz que a movimentação de minérios tende a diminuir por causa do acidente do porto da Anglo. Ele calcula que o porto de Santana conseguirá atender de 30% a 40% do volume que seria transportado pelo terminal privado. As obras no terminal da Anglus devem durar entre um ano e meio e dois anos. Em seis a oito meses, as exportações devem atingir 70% a 80% do que eram movimentados antes do acidente.

A partir de 2014, quando entrará em operação, a Cianport também embarcará grãos. Tork, da CDSA, conta que o terminal privado movimentará 45 mil toneladas de soja. A empresa contará com três silos cuja capacidade será de 20 mil toneladas cada. A carga virá de Santarém (PA) por meio de barcaças. O porto também está apostando na movimentação de caulim, minério e madeira, que vem de barcaça até Santana onde é conteinerizada para exportação.

A CDSA tenta incluir na segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) a expansão dos dois cais do porto de Santana. O projeto, da ordem de R$ 135 milhões, prevê a extensão de um cais em 50 metros e outro em 100 metros, além de um aterro hidráulico para aumentar o pátio de contêineres. A expectativa da CDSA é que o governo aprove esse projeto até o final de 2013.



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