A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apresentou, nesta quinta-feira (31), o estudo “Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e aplicações do Hidrogênio nos Portos”, desenvolvido em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a agência alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). Parte do projeto 'H2Uppp', financiado pelo Ministério da Economia e Ação Climática da Alemanha, o estudo tem como objetivo mapear o cenário da transição energética nos portos brasileiros. A análise oferece subsídios para descarbonizar a infraestrutura portuária e diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor.
Dividido em três fases, o acordo de cooperação entre a agência e a empresa alemã foi firmado em setembro de 2023, envolvendo uma revisão internacional e o diagnóstico agora concluído. A última etapa, ainda em desenvolvimento, é um estudo de caso focado em portos como Açu (RJ), Itaqui (MA), Paranaguá (PR), Pecém (CE) e Santos (SP). O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, afirmou que as próximas conclusões trarão 'evidências, conclusões e endereçamentos' para o setor sobre esse assunto, que é visto como um dos mais importantes da agenda de infraestrutura portuária.
PUBLICIDADE
A pesquisa abordou temas como combustíveis menos poluentes, eletrificação de equipamentos e uso de energia eólica, além do sistema Onshore Power Supply (OPS). Identificou-se que o uso de combustíveis fósseis ainda predomina, e combustíveis de baixo carbono são raramente utilizados. Para incentivar uma transição energética robusta, o estudo propõe a criação de inventários de emissões e metas de redução, apontando a ausência desses dados como um obstáculo.
Os desafios para a transição energética incluem desde a falta de capacitação técnica e recursos financeiros até questões de regulação e logística, especialmente para o uso de hidrogênio de baixo carbono. Frente a esses obstáculos, a Antaq propõe o desenvolvimento de um inventário setorial de emissões e o fortalecimento do Índice de Desempenho Ambiental (IDA). Além disso, recomenda-se a formação de um fórum nacional para discutir a descarbonização e um programa de conscientização sobre as metas de redução de emissões.