O diretor da ANTAQ, Adalberto Tokarski, e o chefe do Departamento da América do Sul II, do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Clemente Baena Soares, receberam na tarde de ontem (5), na sede da Agência, em Brasília, uma comitiva do Peru, liderada pelo ministro conselheiro comercial da Embaixada peruana no Brasil, Miguel Samanez. A reunião teve como tema central a integração hidroviária entre os dois países, dando continuidade a tratativas anteriores sobre o assunto.
Samanez estava acompanhado de funcionários da embaixada peruana e do adido naval da representação daquele país no Brasil, capitão-de-mar-e-guerra Gonzalo Carrera Mazuelos.
Pelo lado brasileiro, também participaram o chefe da Coordenação-Geral de Assuntos Econômicos para América do Sul, Central e Caribe do MRE, João Carlos Parkinson de Castro, o presidente do Sindicato dos Armadores do Pará, José Rebelo III, além de representantes dos ministérios dos Transportes/DNIT, Defesa, Planejamento, Orçamento e Gestão e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marinha do Brasil, Receita Federal, Secretaria de Portos, Senado Federal e ANTAQ, entre outros.
Na primeira parte da reunião, o diretor da ANTAQ e o encarregado da Divisão de Portos e Hidrovias do Estado Maior da Armada, capitão-de-mar-e-guerra Luiz Filipe Correia, fizeram uma apresentação sobre o Programa de Rastreamento de Embarcações – PRENAV, que a ANTAQ e a Marinha brasileira colocarão em funcionamento, para monitoramento das embarcações que fazem o transporte de passageiros nos rios da Amazônia.
Fruto de convênio de cooperação entre a Marinha do Brasil e a ANTAQ, o Programa vai permitir o acompanhamento em tempo real da prestação de serviços pelas embarcações autorizadas pela Agência no transporte de passageiros e misto (cargas e passageiros) na Região Norte do país. Atualmente, o Programa está em fase final de acertos da parte jurídica, e a expectativa é entrar em operação em 24 meses.
“Com esse monitoramento, nós vamos poder acompanhar mais de perto a prestação de serviços no transporte de passageiros na Amazônia e, assim, melhorar a qualidade desses serviços, quer em termos de assiduidade, quer em termos de pontualidade, regularidade e conforto dos usuários”, observou Tokarski. De acordo com o diretor da ANTAQ, cerca de dez mil passageiros circulam em embarcações nos rios da Amazônia por ano.
Na sequência da reunião com os peruanos, foram discutidos os desafios ao comércio hidroviário bilateral, debate que teve a participação de empresários de transporte atuantes na Região. Os debatedores abordaram temas como o alfandegamento no Porto de Tabatinga (AM), praticagem, melhorias infraestruturais no país vizinho e tráfico de madeira.
O terceiro e último tema da reunião tratou da oportunidade de negócios entre os dois países. Foram abordadas questões como o comércio bilateral atual e a demanda existente no transporte de carga.
Por fim, brasileiros e peruanos definiram os próximos passos da agenda bilateral para construção da integração hidroviária, que é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro e pela instituição similar do país vizinho, e que permitirá ao Brasil a saída para os seus produtos pelo Oceano Pacífico e, aos peruanos, a saída pelo Oceano Atlântico.
Fonte: Valor Econômico
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