No porto de Fortaleza, a cabotagem representou 58% da movimentação de cargas registradas no primeiro semestre de 2010, totalizando 1.167.988 toneladas
Iniciativa da Secretaria de Portos visa aumentar a participação da matriz aquaviária no transporte de cargas brasileiro
A navegação de cabotagem poderá ter aumentada sua participação no transporte de cargas no Porto do Mucuripe a partir deste ano. Fortaleza foi incluída no Projeto de Incentivo à Cabotagem (Pic), iniciativa da Secretaria de Portos (Sep), que visa incrementar a modalidade entre os portos do Brasil, aumentando a participação da matriz aquaviária no transporte brasileiro. "O foco do programa é fazer uma mão dupla. Queremos que a carga saia daqui, por exemplo, para Santa Catarina, e garantir que venha carga de lá. Queremos assegurar carga de retorno, porque levar o contêiner cheio e trazer vazio, encarece o processo", explica Oswaldo Fontenele, coordenador de gestão portuário da Companhia Docas do Ceará.
Na próxima terça-feira, 20, a partir das 8h30, na sede da Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará), serão apresentadas as ações para a implementação do projeto no Mucuripe, com a identificação das cargas potenciais na área e a elaboração de um cronograma.
Apesar de estar estruturado para esse tipo de modal, o Porto do Mucuripe ainda trabalha com ociosidade. Com capacidade para movimentar 120.000 contêineres ao ano através desse modal, o porto só trabalha com cerca de 50% do total, por falta de interesse do empresariado brasileiro, que ainda opta mais pela matriz terrestre.
Atualmente, o modal aquaviário detém apenas 17% do transporte de cargas no País, contra 58% do terrestre e 25% do ferroviário. "Há 20 anos, achavam que a navegação de cabotagem era muito demorada, mas isso mudou. Um embarque de Santos para o Mucuripe dura menos de cinco dias, dependendo das escalas", afirma Oswaldo Fontenele. No porto de Fortaleza, a cabotagem representou 58% da movimentação de cargas registradas no primeiro semestre de 2010, totalizando 1.167.988 toneladas.
PORTO DO PECÉM
Descarga de clínquer será concluída hoje
Carregamento é destinado à Companhia Industrial de Cimento Apodi, que deve operar a partir de outubro
O Porto do Pecém conclui hoje o descarregamento de 70.810 toneladas de clínquer/escória provenientes da China, através do navio Cape. Trata-se da primeira operação do tipo realizada no local. A carga é composta por 20.480 toneladas de clínquer e 50.330 toneladas de escória siderúrgica, produtos utilizados como matéria-prima na produção de cimento. O destino é a Companhia Industrial de Cimento Apodi, localizada dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), e que deve entrar em operação a partir do próximo mês de outubro.
O clínquer é o cimento em uma fase básica de fabrico, a partir do qual se produz o cimento Portland, habitualmente com a adição de sulfato de cálcio, calcário e/ou escória siderúrgica. A operação realizada esta semana no terminal, acrescida ao transporte de minério de ferro, totaliza 140.000 toneladas de granéis sólidos movimentados neste ano pelo Pecém. A expectativa é de que, até o fim do ano, sejam contabilizadas 560.000 toneladas. Inicialmente, os insumos para a produção de cimento da Apodi serão importada da China, mas a ideia é de que em três anos, o clínquer e a escória comecem a ser produzidos em uma usina em Quixeré, na Região do Apodi, que já possui calcário reconhecido pela qualidade. Os sócios do empreendimento possuem licenças ambientais para exploração da jazida por um período de até 100 anos. A companhia, com 50% de capital do Grupo M. Dias Branco, 25% do Grupo Cedro, de Goiânia, e 25% da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon/CE), terá uma produção mensal de 30 mil toneladas, destinada para a indústria da engenharia (construtoras e concreteiras), principalmente para 63 empresas associadas à cooperativa cearense.
Fonte Diário do Nordeste (CE)
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