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Calado dinâmico amplia eficiência e segurança na manobra de navios no Portocel

O terminal é um dos primeiros da América Latina a obter autorização para operar com o sistema, que oferece exatidão no cálculo do calado e permite ampliar carga em navios

O Portocel, localizado em Aracruz (ES), iniciou no mês de abril os primeiros testes de manobra de navio utilizando o sistema de calado dinâmico, estando entre os primeiros portos da América Latina autorizados a operar nesta modalidade. As regras dinâmicas de definição do calado utilizam recursos como o ReDRAFT, que calculam em tempo real e com previsão a folga dinâmica abaixo da quilha, com base nas características de cada navio e do canal de acesso, considerando ainda as condições ambientais do momento da manobra.


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O cálculo informa com precisão qual é o calado máximo e/ou qual a próxima janela segura para navegação, de acordo com as condições analisadas, permitindo operar com maior calado e ampliando a capacidade de carga. Além da equipe do Portocel, acompanharam os primeiros testes representantes da Capitania dos Portos, Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Praticagem do Espírito Santo e da Argonáutica, empresa que opera o ReDRAFT.

“Os primeiros testes foram considerados um sucesso desde as atividades de preparação, que antecederam a manobra, até a execução pelos práticos”, destaca Anderson da Silva Santos, gerente de Operações e Planejamento Portuário de Portocel. Ele explica que o sistema de calado dinâmico oferece mais segurança e eficiência para o terminal a partir do cálculo racional da folga dinâmica abaixo da quilha.

“Em condições adversas, em que possa haver risco de toque da embarcação no fundo mesmo com a aplicação da regra do calado estático, a ferramenta apresenta dados informando os calados máximos seguros para navegação, podendo levar a uma decisão de redução do calado para não postergar a manobra, ou à escolha de uma outra janela considerada segura para saída do navio”, detalha Santos. O porto vai realizar 30 testes, em diferentes condições de navegação, até a validação final do sistema, o que ele espera que ocorra até o mês de junho.

O coordenador de Gestão e Programação Portuária da Codesa, Leandro Cota de Lima, salienta que a tecnologia do calado dinâmico já está sendo concretizada no Espírito Santo a partir dos testes iniciados no Portocel, realizados com sucesso. “O sistema permite ao porto identificar as melhores oportunidades de navegação, oferecendo mais segurança e favorecendo ganhos de produtividade”, destaca ele, que acompanhou o primeiro teste realizado no terminal.

Na avaliação do Capitão dos Portos do Espírito Santo, Alexsander Moreira dos Anjos, a implantação do novo sistema vai promover benefícios diretos e indiretos, no que diz respeito à segurança da navegação, ao permitir aferição mais precisa por meio de sensores eletrônicos aplicados numa sistemática de regras para as manobras de navios. Além disso, o ganho na operacionalização do sistema portuário será significativo quando os navios atracados nos berços puderem ser carregados e manobrados dentro de um tempo devidamente dimensionado e otimizado, sem falar no acréscimo da quantidade de carga operada nos portos capixabas, tendo em vista a redução do tempo de permanência do navio no porto.

Desenvolvimento em etapas – Até chegar à fase de manobras experimentais, o projeto de calado dinâmico no Portocel passou por diversas etapas de desenvolvimento. O projeto teve início em 2018 e as primeiras atividades foram dedicadas à instalação de equipamentos de sensoriamento remoto para medição contínua das condições do vento, maré, correntes e ondas, formando uma robusta e confiável base de dados. Foram analisados ainda os resultados das batimetrias, além do desenvolvimento e aplicação de modelos matemáticos para avaliar condições ambientais e diferentes classes de navios, permitindo cálculos com até sete dias de antecedência.

A expectativa é de que haja também um ganho de flexibilidade na escolha de janelas seguras para navegação. Durante as análises para marcação da primeira manobra de teste com o navio Mandarin Arrow, por exemplo, com calado máximo de 12.80 m, foi possível observar que o uso da ferramenta resultaria em aumento da janela de navegação disponível três vezes superior ao praticado atualmente, considerando o período entre 1 e 8 de abril, segundo informou Santos.






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