O Porto de Paranaguá deu início à montagem dos equipamentos que vão operar no novo berço 201. O futuro Corredor de Exportação Oeste vai interligar cinco terminais de granéis e movimentar 6 milhões de toneladas de grãos por ano – um aumento de 140% na capacidade atual, que é de 2,5 milhões de toneladas.
A empresa pública Portos do Paraná investe cerca de R$ 210 milhões em obras e estruturas de carregamento, como correias transportadoras e os shiploaders, equipamentos que despejam os grãos nos porões das embarcações.
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Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, cada novo equipamento vai carregar 2 mil toneladas de produtos, por hora. “Isso dobra a quantidade operada pelo sistema antigo, que era de 1 mil toneladas/hora, no máximo 1,5 mil toneladas/hora”.
A intenção é que o Corredor Oeste ajude a desafogar o Corredor Leste, antes mesmo da modernização já projetada.
CRONOGRAMA - A montagem dos shiploaders estará completa em até 120 dias e depois os equipamentos serão testados. “Serão feitos ajustes após a montagem final do equipamento, como o trilho, a colocação e ligação com a central de controle”, destaca o diretor de Engenharia e Manutenção, Rogério Barzellay.
A previsão é que o berço 201 comece a operar no primeiro semestre de 2020. “O contrato está em dia e as obras civis estão aproximadamente 97% concluídas e já medidas pela fiscalização”, informa
AVANÇO - A ampliação do cais vai permitir que o Porto de Paranaguá receba navios maiores e que comportam até 80 mil toneladas de carga bruta, sem avançar para o berço 202. Existe ainda a possibilidade de aprofundar a navegação dos atuais 12,5 metros para 13,7 metros.
A revitalização inclui reforço estrutural, instalação de passarela de pedestres, troca de defensas, espaçadores metálicos e a instalação de novo dolfim (coluna) de amarração de navios. A entrega da obra acaba com uma espera de quase 30 anos. O primeiro projeto para a modernização do setor data de 1990.
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Terminais do futuro Corredor Oeste iniciaram interligações
Os terminais que atuam em Paranaguá se preparam para operar em um novo Corredor de Exportação Oeste. De acordo com o chefe da Divisão de Operações, Maurício do Carmo, os dois novos shiploaders serão interligados a três terminais, sendo dois deles novos empreendimentos. “Futuramente, vamos chegar a cinco terminais interligados nesse complexo”, disse.
Os dois novos terminais que vão se interligar ao complexo de exportação de granéis são o Terminal Oeste (Toex), que terá um armazém com capacidade estática para até 88 mil toneladas, e a Moinho Iguaçu, para até 55 mil toneladas, com novos contratos de passagem.
A Moinho Iguaçu já está com o terminal construído. “Agora, estamos terminando a estrutura das correias transportadoras que vão interligar o terminal até o ponto zero, onde começam as esteiras do porto”, explica o diretor do terminal, Alcídes Cavalca Neto.
Segundo ele, essa ligação tem 1.250 metros de extensão. A expectativa é embarcar mais de um milhão de toneladas por ano pela nova estrutura. “A Moinho Iguaçu já movimentava grãos pelos outros terminais do Corredor Leste do Porto de Paranaguá. Agora, vamos operar por terminal próprio”, diz o diretor da empresa.
O Terminal Oeste (Toex) deve construir o armazém próprio em 2020. Até lá, segundo a empresa, eles devem iniciar a operação pela Moinho Iguaçu, com quem fecharam o contrato. Apesar de ainda não ter a estrutura de armazenagem pronta, a empresa também já está construindo os 843 metros de esteiras até o chamado ponto zero.
As duas novas estruturas aéreas são paralelas. As correias correm uma em cima da outra, na mesma estrutura, que é mais larga e mais fechada que as atuais. Além de garantir mais agilidade na operação, as novas correias, enclausuradas, são mais seguras, inclusive para o meio ambiente.
MOVIMENTAÇÃO - Durante as obras, o berço em expansão seguiu em operação, mas com algumas restrições e cuidados. Um dos equipamentos já foi desmontado. O outro antigo continua operante para carregar os navios e será desativado e retirado assim que os novos forem concluídos.
Atualmente, quem opera conectada ao berço 201 é a Bunge (Soceppar). O terminal tem capacidade para armazenar até 210 mil toneladas de granéis sólidos de exportação.
De janeiro a outubro deste ano, cerca de 1,07 milhão de toneladas de granéis de exportação foram movimentadas pelo berço 201, localizado no extremo oeste do cais do Porto de Paranaguá. Em 35 atracações, o principal produto embarcado foi a soja (564.794 toneladas), seguido do milho (221.920 toneladas), do farelo de soja (216.486 toneladas) e do açúcar (66.737 toneladas).