Em meio à paralisia das obras públicas e a apatia dos governos federal, estadual e municipal em debater as questões pertinentes ao setor produtivo, o Centro Industrial do Ceará (CIC) retoma a agenda da qualificação profissional básica e técnica necessária aos grandes empreendimentos nacionais e estrangeiros, anunciados para o Complexo Portuário e Industrial do Pecém (CIPP). No início da tarde da última segunda-feira, empresários e lideranças sindicais classistas, ligadas à Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), voltaram a se reunir para discutir o andamento do Plano de Capacitação Profissional para o CIPP, em elaboração pelo Senai e governo do Estado. O objetivo foi nivelar as informações e debater a pauta de um workshop, a ser promovido pelo CIC, em meados de outubro próximo, em Fortaleza.
Perspectiva
Para a presidente do CIC, Nicole Barbosa, além de se discutir a demanda de mão de obra para o Estado, nos próximo dez anos, o workshop será importante para se retrabalhar a cultura produtiva e empreendedora das empresas cearenses, ainda muito fechadas e fora da realidade das grandes empresas externas, que começam a aportar no Estado.
"Precisamos reciclar o nosso empresariado, promover na cultura local, maior abertura ao perfil e ao padrão de qualidade das empresas de fora", defendeu Nicole Barbosa. Segundo ela, muitas empresas estão chegando, buscando parcerias, mas têm encontrado grande resistência, por receio do setor industrial cearense de empreender as mudanças que o momento econômico mundial sugere.
"Devemos começar por mudar a mentalidade em relação às novas tecnologias, ao perfil da produção e ao modelo de sociedade (empresarial)", destacou a presidente do CIC.
"Envolvidos em seus negócios, muitos (empresários) ainda não perceberam a velocidade com que as coisas estão mudando e acontecendo", destacou Nicole. Outra grande preocupação do CIC é com formação de mão de obra básica e técnica, cuja demanda apontada inicialmente no Plano de Capacitação, em elaboração, é da ordem de 280 mil trabalhadores. "Somente a CSP vai precisar de 35 mil, a refinaria, mais 40 mil", aponta.
Trabalhador cearense
Presente à reunião, o deputado Federal cearense, Danilo Forte, alerta que a capacitação de mão de obra local, além de dar oportunidade de qualificação ao cearense, evitará despesas grandiosas com moradias à massa de trabalhadores que virão de fora para suprir a demanda das empresas. "Falta da mão de obra mais básica, até a mais qualificada", dispara Forte. Além da realização de cursos diversos, ele sugere a realização de uma campanha publicitária para estimular a participação do trabalhador.
Fonte: Diário do Nordeste
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