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Capitania dos Portos cobra retirada de navio boiadeiro naufragado

Carcaças de bois se espalharam por praias de Barcarena, no Pará, após o navio Haidar,  carregado com cerca de 5 mil animais, naufragar no porto da Vila do Conde (Foto: Tarso Sarraf/Reuters)

Os responsáveis pelo navio Haidar, que naufragou na costa do Pará enquanto estava atracado no porto de Vila do Conde em Barcarena no dia 6 de outubro de 2015, foram intimados pela Capitania dos Portos a remover a embarcação do fundo do rio até o dia 2 de fevereiro.


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Em um edital de intimação datado de 18 de janeiro, o capitão dos portos Aristide Carvalho Neto notificou Husein Sleiman, proprietário da empresa Sleiman Co. & Sons, o capitão do navio Abdulrahman Barbar, a armadora Tamara Shipping e a seguradora Al-Bahriah Insurance a efetuarem a remoção da embarcação em um prazo de 15 dias à partir da publicação da nota, que ocorreu em 20 de janeiro.

 Segundo a capitania, a remoção é necessária porque a presença da embarcação naufragada no porto causa perigo à navegação, prejuízos para a atividade portuária e agrava os danos ao meio ambiente, já que antes de afundar o navio estava carregado com cinco mil bois vivos.

De acordo com a autoridade portuária, a remoção pode ser feita pelas empresas citadas ou seus representantes legais. Antes da operação os responsáveis são orientados a comparecer na sede da capitania, que fica na rua Gaspar Viana em Belém, para que recebam instruções para a remoção.

Caso a notificação não seja cumprida no prazo determinado, os responsáveis citados podem perder a embarcação, ser processados por perdas e danos e ainda ter que pagar uma indenização pelo serviço de remoção.

Prejuízos ambientais e financeiros
O acidente ocorreu há quase quatro meses, mas ainda provoca prejuízo para os setores da economia que dependem da qualidade da água. Embora o porto esteja operando, o embarque de bois vivos está suspenso desde o naufrágio.

A Praia do Conde segue interditada, afetando o sustento de mais de cem famílias que vivem na região e dependem do turismo e do comércio no local. "Tu não 'vê' uma viva alma aqui na praia. Todo mundo com conta para pagar e não vende nada", diz um morador da área. "Devido ao óleo, os peixes foram pro fundo e a gente só pesca na 'beira'. Aí não tem nada, nem peixe, nem camarão, sumiu tudo", lamenta um pescador da região.

Comerciantes da área reclamam que, desde o naufrágio, só receberam das autoridades água mineral e cestas básicas. Além disso, a Secretaria dos Portos não teria cumprido a promessa de pagar um salário mínimo mensal aos comerciantes até a liberação das praias. A Secretaria informou que a CDP aguarda uma decisão judicial com um levantamento de famílias prejudicadas para fazer o pagamento aos comerciantes.

Entenda o caso
O navio naufragou na manhã de terça-feira (6) no porto de Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste do Pará, quando estava carregado com cerca de cinco mil bois vivos. A carga pertencia à multinacional Minerva, com sede em Barretos (SP).

Três praias de Vila do Conde, o píer onde ocorreu o naufrágio e a praia de Beja, em Abaetetuba, foram interditados e proibidos para qualquer tipo de atividade logo após o naufrágio. De acordo com a Companhia Docas do Pará  (CDP), a embarcação transportava cerca de 700 toneladas de combustível que chegou a vazar, provocando uma mancha de óleo.

Fonte: G1






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