Chega hoje ao Brasil uma missão de 66 empresários e cinco autoridades chineses para conhecer alternativas de negócios de infraestrutura no Brasil. A missão antecede a chegada, em Brasília, do ministro do Comércio da China, Chen Deming, que discutirá com os ministérios do Desenvolvimento e de Relações Exteriores medidas para aumentar o valor agregado das exportações do Brasil ao mercado chinês. O governo brasileiro quer atrair a China para projetos de cooperação em tecnologias "verdes" e produção de automóveis bicombustível de alto padrão.
"Os chineses estão interessados, e o que mostramos é a necessidade de serem parceiros das empresas brasileiras, segundo as regras locais", comentou, ao Valor, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que se reúne com a missão chinesa hoje, em São Paulo. Cerca de 40% da missão chinesa é de executivos da área de infraestrutura, percentual que sobe a 60% se somados os empresários do setor de energia. Outros 20% têm interesse em projetos de inovação e 10% estão de olho no agronegócio brasileiro.
"Faltam recursos para nós, queremos parceiras, não só com os chineses", diz Andrade, para quem a falta de crédito de longo prazo torna indispensável a participação de sócios estrangeiros nos projetos de infraestrutura esperados para o Brasil. Entre os projetos que devem ser apresentados aos chineses hoje e na segunda estão as obras de saneamento, os aeroportos que serão oferecidos em concessão, o metrô de Belo Horizonte, e empreendimentos necessários à Copa do Mundo de futebol e à Olimpíada.
A vinda dos chineses é uma preparação para a reunião da comissão de alto nível Brasil-China, no segundo semestre, que deve apontar os rumos para a chamada "aliança estratégica" entre os dois países. É vista pela diplomacia brasileira uma demonstração de boa vontade dos chineses, e foi decidida durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, em maio. As autoridades brasileiras pretendem aproveitar a vinda de Chen Deming para tentar avançar as ofertas anunciadas pelo governo asiático durante a visita de Dilma a Pequim, como a liberação de importações de carne de porco, aberta, a princípio, somente a três frigoríficos em diversas regiões do Brasil. Os brasileiros esperam também que Deming traga sugestões da China sobre projetos de inovação que podem atrair investimentos chineses para produção no mercado brasileiro.
Fonte: Valor Econômico/Sergio Leo | De Brasília
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