A necessidade de um novo terminal se dá pelo fato de que o Porto do Pecém se encontra próximo de sua capacidade total e já está sendo ampliado para permitir as movimentações
Chineses prospectam instalar um novo terminal para exportação de minério de ferro. Não existe acordo concreto
Ainda não existe nenhum protocolo assinado ou algum acordo definido, mas os chineses da Globest já contrataram uma equipe de técnicos para preparar um projeto de instalação de um novo terminal portuário no Pecém para exportação do minério de ferro. Uma fonte ligada ao governo informa que ainda não é possível ter o montante que seria investido no empreendimento, mas afirma que, de acordo com avaliações preliminares, que incluiam o novo porto e todo o complexo de extração, o investimento seria em torno de US$ 1,5 bilhão.
A ideia é instalar, próximo ao porto já existente, um terminal independente de carga para o escoamento desse minério, aproveitando a infraestrutura já existente. O investimento seria bancado pelos chineses.
O interesse em construir este novo equipamento já havia sido divulgado no início do ano, quando da visita do embaixador da China no Brasil, Qui Xiaoqi.
A necessidade deste novo terminal se dá pelo fato de que o Porto do Pecém já se encontra próximo de sua capacidade total, e já está sendo ampliado para permitir as movimentações provenientes da instalação da siderúrgica e da refinaria no complexo industrial.
Além disso, a construção da Transnordestina também elevará o volume de produtos a serem escoados pelo porto.
Na época da visita do embaixador, eram estudadas duas possibilidades: fazer uma estrutura portuária paralela ao terminal de Pecém, ou dentro do próprio porto, com a construção de mais um píer de atração. A primeira alternativa, agora, está sendo levada à frente. Para isso, o projeto terá de ser apresentado ao governo, já que, caso aprovado, terá que ser feito uma adequação do Plano Diretor do Complexo Portuário do Pecém.
Segundo a fonte, com a elevação do preço do minério de ferro no mercado internacional, vários outros grupos estão se aproximando do Estado e analisando as possibilidades deste mercado. O Ceará não possui grandes quantidades do minério, como ocorre em Carajás, por exemplo, mas as lavras menores começam a se mostrar viáveis pelos investidores, e o tipo encontrado no Estado é avaliado como de alta qualidade.
Os chineses já realizaram, no início no mês passado, a primeira exportação para China do minério cearense, extraído por eles no distrito sobralense de São José do Torto.
Foram enviadas, em fase inicial, 70 toneladas da matéria-prima utilizada na siderurgia, em um trajeto de duração de 40 dias até o país asiático. O próximo carregamento ainda está sem data definida. A empresa deve esperar o período de chuvas passar para voltar a realizar as operações.
A fonte informa que, após essa primeira exportação, os chineses agora trabalham em melhorar a tecnologia de lavra, e já adquirem novos equipamentos mais modernos para o processo de extração. Além disso, também está sendo estudado o aumento da área de depósito do minério no porto.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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