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Com seca no Madeira, Cargill remaneja soja para portos do Sul

SÃO PAULO (Reuters) - O baixo nível do rio Madeira, no Amazonas, tem prejudicado o transporte de grãos em barcaças pela hidrovia que permite o escoamento da soja produzida no Centro-Oeste até terminal de exportação da Cargill, em Santarém, no Pará.

Com isso, a Cargill informou nesta quarta-feira que está sendo obrigada a remanejar para os portos do Sul parte da soja que seria exportada por Santarém, cujo terminal realiza embarques para o exterior de aproximadamente 1 milhão de toneladas de grãos por ano.

A exportação da soja de Mato Grosso pelo terminal de Santarém tem vantagens logísticas. Além do menor custo de transporte pela hidrovia, a região Norte está mais próxima de destinos europeus.

A Cargill não é a única companhia das grandes do agronegócio prejudicada pela seca do Madeira, que atingiu este ano seu menor nível em cerca de 40 anos.

Na sexta-feira, reportagem da Reuters informou que a Hermasa Navegação da Amazônia, empresa do grupo brasileiro André Maggi, deixou de carregar barcaças, temendo problemas como o encalhe das embarcações.

Segundo a Cargill, a companhia transporta atualmente pelo rio Madeira apenas 20 por cento do total transportado no mesmo período do ano passado.

Cerca de 95 por cento do total exportado pela Cargill por Santarém chega ao terminal pela hidrovia.

No terminal de Santarém, cuja instalação no início da década foi questionada por grupos ambientalistas pela sua localização na região amazônica, a companhia conta com um silo de 60 mil toneladas.

De acordo com relatório de impacto ambiental entregue pela Cargill este ano a autoridades estaduais, a companhia tem projeto de instalar um novo silo no local, ampliamdo em 50 por cento a capacidade de armazenagem de grãos do terminal.

NÍVEL SOBE, AINDA INSUFICIENTE

A Hermasa, além de transportar produtos agrícolas do Grupo Maggi, presta serviços para terceiros, incluindo uma trading de grãos.

Mas o nome da companhia não foi revelado, pelo diretor-superintendente da empresa, João Zamboni, que destacou nesta quarta-feira que o nível do Rio Madeira subiu um metro em relação à semana passada, mas ainda não está em condições seguras para a navegabilidade.

"Choveu na cabeceira dos rios que formam o Madeira, mas não estamos navegando ainda. Mas programamos voltar (a navegar) mais cedo", declarou Zamboni, explicando que, embora todos os anos nesta época a empresa sofra com a seca na bacia amazônica, este ano a situação foi pior.

Inicialmente, a Hermasa pretendia voltar a navegar no Madeira no início de outubro.

Os produtos agrícolas da Maggi -assim como a maior parte do volume exportado pela Cargill pelo Norte- são transportados de caminhão até Porto Velho (RO). Ali, as barcaças são carregadas e seguem até o porto de Itacoatiara (no caso da Maggi), de onde o produto é embarcado em grandes navios que seguem em direção ao Atlântico.

O grupo Maggi, que prevê originar 4,5 milhões de toneladas de soja na temporada 2009/10, realiza 60 por cento de suas exportações pelo Madeira, segundo Zamboni. Mas parte do total originado pela empresa é consumido no mercado interno.

Pela hidrovia, a Hermasa transporta soja e milho. Em entrevista à Reuters, Zamboni afirmou que a companhia ainda precisa transportar pela hidrovia até o final do ano 30 por cento da meta estabelecida.

Fonte:Reuters/Brasil Online/Roberto Samora

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