Vencedora da licitação do serviço de dragagem do Porto de Santos, a empresa EEL - Infraestruturas Ltda., prevê assinar o contrato com a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), para a realização dos trabalhos, ainda neste mês. Mas as atividades no canal de navegação, nas bacias de acesso aos berços de atracação e nos locais de atracação do cais santista Porto de Santos só devem começar a partir de maio do ano que vem. Isto porque a firma terá, nos primeiros seis meses, de preparar os projetos básico e executivo da obra.
O primeiro estudo indicará os elementos necessários para o empreendimento. Já o segundo, mais detalhado, deve esclarecer com dados como será o andamento dos trabalhos.
Segundo a sócia-proprietária da EEL, Cláudia de Carvalho Alves, só após a elaboração desses projetos, a empresa saberá exatamente quantas e quais serão as dragas destinadas à obra, que é vital para permitir o tráfego de navios de grande porte no cais santista.
“De acordo com o volume a ser dragado, já temos uma expectativa, mas a descrição completa só virá após a conclusão do projeto-executivo”, explicou a empresária.
Até que a ELL conclua esses estudos, a dragagem continuará a ser realizada pelas firmas que mantém contrato com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). O objetivo é evitar o assoreamento da via navegável e que o calado operacional (distância entre a superfície do mar e a parte mais inferior de um casco na água, ou seja, a metragem vertical da parte da embarcação que fica submersa) seja reduzido. Quanto mais carregado (pesado) um cargueiro, mais ele afunda e, portanto, maior é esta dimensão.
EEL terá de deixar o canal e os acessos aos berços do Porto de Santos com profundidade entre 15,4 e 15,7 m
Atualmente a Van Oord Operações Marítimas presta dois tipos de serviços à estatal. Um deles é específico para o trecho 1 do canal de navegação, da entrada da Barra até o Entreposto de Pesca. Já o outro engloba os trechos 2, 3 e 4, na região entre o Entreposto de Pesca e a Alemoa. A dragagem de berços é uma responsabilidade da Dratec Engenharia, que deverá realizar o serviço até a primeira quinzena do próximo mês.
Obra
A EEL Engenharia deverá aumentar a profundidade do canal de navegação e das bacias de acesso aos berços de atracação do cais santista dos atuais 15 metros, em média, para 15,4 e 15,7 metros. Os locais de atracação deverão ter uma fundura variando de 7,6 a 15,7 metros.
A empresa foi a que apresentou a menor proposta de preço para a obra, na licitação realizada pela SEP no dia 9 de julho passado. A firma cobrou, R$ 369 milhões e garantiu a liderança no processo.
Após problemas técnicos durante o envio da documentação da empresa, a empresa foi desclassificada da licitação e entrou na Justiça, contestando a decisão da pasta que comanda os portos brasileiros. Agora, com a decisão judicial favorável à primeira colocada, a SEP já pode assinar o contrato. “Ofertamos o menor lance, não tinha sentido sermos desclassificados”, destacou a sócia da EEL.
A executiva destaca que a empresa, que tem sede na capital paulista, tem como uma de suas cotistas a Enterpa, que atua há 40 anos na realização de dragagens em todo o País.
Fonte: A Tribuna
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