A cadeia produtiva do couro no Estado abrange 10 mil indústrias e gera mais de 500 mil empregos
As exportações cearenses de couro somaram nos dois primeiros meses deste ano, US$ 22,19 milhões - um crescimento de 9,43%, em relação a igual período de 2009, quando as vendas para o exterior chegaram a US$15,83 milhões. O resultado coloca o Estado na terceira posição no ranking nacional, perdendo apenas São Paulo (US$63,36 milhões) e Rio Grande do Sul (US$ 55,87 milhões). No Nordeste, o Ceará mantém a liderança.
O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base na prévia da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A presença do Estado no mercado internacional com este produto é crescente. De 2000 a 2009, por exemplo, os negócios cresceram 121,5%.
No início da década, as vendas foram de US$ 53,66 milhões, enquanto o ano passado fechou com a cifra de US$ 118,88 milhões. O saldo da balança comercial, em 2009, foi de US$ 110,90 milhões.
Em 2000, o setor de couros representava 7% do total das exportações brasileiras do produto. No ano passado, o percentual evoluiu para 10%.
Os principais corredores de escoamento da pauta são o Porto do Pecém, Porto de Fortaleza, Porto de Santos e os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. Os países-destino que estão em evidência são Itália que comprou US$ 30,35 milhões de couro proveniente do Ceará.
São importadores expressivos também os Estados Unidos (US$27,07 milhões); China (US$ 18,88 milhões); Indonésia (US$ 10,90 milhões) e Vietnã (US$ 9,06 milhões).
No Ceará, o setor de couros aparece como o terceiro item da pauta de exportação, perdendo espaço apenas para os calçados e a castanha de caju. São negociados couros e peles de bovinos, de búfalos, aparas e outros desperdícios do produto.
No País
As vendas externas brasileiras registraram cifras de US$234 milhões no primeiro bimestre de 2010, revelando um crescimento de 59,18%, em relação ao contabilizado em igual período de 2009. Os dados são também do CICB.
"Os resultados do início deste ano indicam uma recuperação das exportações brasileiras de couros, que poderão fechar o ano perto de US$ 1,5 bilhão", avalia o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
De acordo com o executivo, esse crescimento representará um aumento de 27% em relação ao movimento alcançado no ano anterior, mas ainda assim ficaria aquém do patamar das exportações entre 2007/2008 quando atingiram a média anual de US$ 2 bilhões.
A retomada das exportações brasileiras acaba ficando inibida por fatores como a supervalorização do real e pela lenta recuperação nos importantes mercados de consumo a exemplo dos Estados Unidos, da Europa e do Japão.
Os mercados domésticos da Ásia ajudam na recuperação, mas as exportações daquele continente também ainda são afetadas pela crise, explica ele.
A cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil empregos e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões por ano.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/ISILDENE MUNIZ
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