As exportações de soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, pelos portos do Arco Norte - Itacoatiara (AM), São Luís, Itaqui e Ponta da Madeira (MA), Santarém e Barcarena (PA) e Aratu (BA) - ganharam relevância nos primeiros três meses deste ano.
De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os embarques por essas rotas somaram 5,7 milhões de toneladas, 31,8% mais que no primeiro trimestre de 2018 e cerca de 30% do total exportado pelo país no período, que somou 18,3 milhões de toneladas, um aumento de 2,8%. No primeiro trimestre do ano passado, as exportações de soja pelo Arco Norte representaram 24% do total.
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Os números mostram que, apesar de uma estrada ainda ruim - a BR 163 -, a soja continua subindo para o norte do Brasil de maneira expressiva. No porto de Vila do Conde, em Barcarena, as exportações de janeiro a março totalizaram 1,5 milhão de toneladas. No mesmo período do ano passado, foram 1,3 milhão de toneladas, e no primeiro trimestre de 2017, 995,5 mil. Já operam no porto Bunge, Amaggi , Hidrovias do Brasil, ADM e Glencore, cada uma com terminal com capacidade para cerca de 5 milhões de toneladas de grãos por ano.
Em Santarém, onde a Cargill atua, os embarques de soja somaram 1,3 milhão de toneladas nos três primeiros meses deste ano, ante 994,5 mil em igual intervalo de 2018. Nos portos do Maranhão, o volume cresceu de 921,4 mil para 1,4 milhão de toneladas.
Enquanto o escoamento pelo norte do país cresce, a participação dos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que historicamente lideram os embarques de grãos no Brasil, ficou praticamente estável no primeiro trimestre. Juntos, responderam por 55% do total escoado (10 milhões de toneladas), ante fatia de 55,3% de janeiro a março de 2018 (9,8 milhões de toneladas).
Os dados da Anec confirmam que a China segue sendo o principal comprador da soja brasileira, com folga. De janeiro a março, o país asiático foi responsável pela compra de 13,3 milhões de toneladas do grão, aproximadamente 72% do volume total exportado pelo Brasil no período.
Apesar dos avanços nas negociações entre Pequim e Washington e da trégua na guerra comercial, essa participação é maior que a registrada no mesmo período de 2018, quando a China comprou 10,4 milhões de toneladas de soja brasileira, ou 60% do total exportado pelo país naqueles meses.
Já as exportações brasileiras de milho avançaram 34,4% no primeiro trimestre deste ano e chegaram a 4,4 milhões de toneladas, considerando os embarques em todos os portos. Pelos portos do Arco Norte foram escoadas 1,6 milhão de toneladas do cereal entre janeiro e março, aumento de 87,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
A participação desses portos nos embarques totais passou de 25% para 35% na comparação entre o primeiro trimestre de 2018 e 2019.
A Anec projeta que o Brasil exportará neste ano 67 milhões de toneladas de soja, uma queda de 20% em relação ao recorde de 82,9 milhões de toneladas exportadas no ano passado, e 28 milhões de toneladas de milho, 23% mais que o volume vendido em 2018.
Fonte: Valor