Projeto inclui estruturas de Rio Grande, Pelotas e o futuro empreendimento de São José do Norte
O governo estadual realizará um estudo para formatar um planejamento estratégico para os portos de Rio Grande, Pelotas e o futuro complexo que será desenvolvido em São José do Norte. "Queremos nos aprofundar sobre questões como possíveis demandas, perspectiva de crescimento, vocação das estruturas, entre outras", aponta o secretário-adjunto de Infraestrutura e Logística, Adalberto Silveira Netto. A ideia é contratar neste ano uma consultoria para fazer esse trabalho.
Além do desenvolvimento dos portos, o Executivo gaúcho espera para os próximos anos o aumento do volume de cargas transportado pelas hidrovias. Uma dessas cargas deverá ser a celulose. O coordenador de logística da CMPC Celulose Riograndense, Roberto Hallal, lembra que a empresa está retomando o projeto de expansão de produção de celulose que a Aracruz tinha em Guaíba. A previsão inicial é que a ampliação seja concluída em 2015 e, devido ao incremento, a companhia precisará instalar um terminal portuário para realizar suas exportações a partir de São José do Norte.
Conforme Hallal, a partir do próximo ano os estudos do projeto portuário, que foram paralisados devido à crise econômica internacional, serão retomados. As obras devem começar ao mesmo tempo em que a expansão da fábrica de Guaíba.
Outro fator que desenvolverá a diversificação da matriz logística no Rio Grande do Sul será a hidrovia do Mercosul (com o uso da Lagoa Mirim). O diretor-superintendente da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Gilberto Cunha, enfatiza que a hidrovia do Mercosul diminuirá a movimentação de cargas pelas rodovias. "Isso melhorará as condições de meio ambiente e reduzirá os acidentes", argumenta o dirigente. A hidrovia formará um corredor do Uruguai até o porto de Estrela, com uma alternativa de acesso ao porto do Rio Grande. "Em um cenário pessimista, serão movimentadas cerca de 650 mil toneladas ao ano pela hidrovia do Mercosul e, com uma perspectiva otimista, serão 3,15 milhões de toneladas", comenta Cunha. Para concretizar a hidrovia do Mercosul é necessário instalar terminais no lado uruguaio e no brasileiro (em Santa Vitória do Palmar). O superintendente acredita que esse cenário possa se tornar realidade dentro de três anos.
Cunha também destaca a implantação de um terminal de con-têineres em Porto Alegre como uma ferramenta para aprimorar o modal hidroviário no Estado. Ele relata que o processo para abrir a licitação para a instalação do complexo já se encontra na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), aguardando a aprovação. "Ainda neste ano pode sair a contratação da empresa que fará o terminal de contêineres", diz o superintendente.
Um dos possíveis interessados na disputa pelo complexo é o Grupo Wilson, Sons, revela o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti. "Principalmente, se o projeto for dimensionado em um tamanho considerado adequado para a empresa (que é controladora do Tecon Rio Grande)", afirma Bertinetti.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)Jefferson Klein
PUBLICIDADE