A seca e as fracas produtividades da cana reduziram as previsões de produção de açúcar e das exportações do Brasil na safra 2012/13 da região centro-sul, divulgou a consultoria Datagro ontem, quarta-feira, em sua segunda estimativa sobre a colheita. O presidente da Datagro, Plínio Nastari, disse na conferência anual da Organização Internacional do Açúcar/Datagro que a produção de açúcar da região centro-sul do Brasil deve atingir 32,71 milhões de t em 2012/13, uma queda de 3,45% em relação à previsão de março, que havia ficado em 33,88 milhões de t.
Mesmo assim, a produção ainda cresceria 4,6% sobre as 31,2 milhões de t de açúcar em 2011/12. Nastari disse que o volume de açúcar exportável do Brasil estaria em 22,83 milhões de t na safra 2012/13, queda de 3,26% ante a previsão da Datagro de março, que foi de 23,6 milhões de t. A nova previsão ainda está acima das exportações da temporada 2011/12, de 21,69 milhões de t.
O presidente da Datagro alertou que um maior enfraquecimento dos preços mundiais do açúcar pode levar a cortes maiores na produção, com os produtores destinando mais cana para a fabricação de etanol.
Desta forma, poderia haver redução das projeções de excedente de açúcar em vários milhões de t para 2012/13. Os preços do açúcar bruto na ICE de Nova York caíram cerca de 25% desde o pico de 2012 de 26,78 centavos de dólar por libra-peso no final de fevereiro. Eles atualmente estão em torno de US$ 0,20. "Se os preços do açúcar enfraquecerem... os produtores brasileiros podem optar por produzir mais etanol...", disse Nastari.
A produção de etanol do centro-sul atualmente está estimada em 20,54 bilhões de l, uma queda ante os mais de 21 bilhões de l da previsão de março e ligeiramente abaixo dos 20,6 bilhões de l produzidos em 2011/12. A seca e os rendimentos mais baixos fizeram com que a safra de cana na região centro-sul do maior produtor mundial de açúcar sofresse a primeira queda na produção em 11 anos, na temporada passada.
El niño
Operadores do mercado de açúcar disseram que a seca no Brasil e em outras partes da América do Sul pode se converter em enchentes se o fenômeno El Niño se desenvolver no segundo semestre deste ano.
Nesta quarta-feira a Organização Mundial de Meteorologia informou que há 50% de chances de ocorrência de El Niño no segundo semestre. As projeções da Datagro, disseram os traders, não levaram em conta potenciais pragas, geadas e problemas logísticos em caso de chuva excessiva, que poderia prejudicar o transporte e o carregamento de açúcar nos principais portos brasileiros de Santos e Paranaguá.
Fonte: O DIa Online
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