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Déficit em infraestrutura chega a R$ 400 bilhões em 30 anos

Os pacotes de infraestrutura que estão sendo anunciados desde agosto pelo governo federal têm o desafio de reduzir uma lacuna de 30 anos sem ações efetivas. O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, calcula que são necessários entre R$ 300 bilhões e R$ 400 bilhões para recuperar o déficit acumulado entre a década de 1970 e o início dos anos 2000.

Figueiredo diz que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está sendo importante para as obras prioritárias, mas que somente essas ações não são suficientes para eliminar os gargalos. Ele ressalta que, apesar de o ritmo da execução dos projetos do PAC estar baixo, os investimentos públicos anuais na área de transportes saltaram de R$ 1 bilhão para R$ 20 bilhões nos últimos 10 anos. Figueiredo participou hoje (26) de encontro na Câmara de Comércio Americana (AMCHAM), no Rio de Janeiro.


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Ele associa parte da perda de competitividade do setor produtivo à dependência do setor rodoviário. Com a perspectiva de crescimento econômico, a tendência é que uma pressão de demanda em cima desse sistema mude esse quadro. Atualmente, o excesso de cargas e de trabalho dos caminhoneiros prejudica a condição das rodovias brasileiras e aumenta o custo do frete. Além disso, a idade média da frota de caminhões no Brasil é de 20 anos, enquanto, nos Estados Unidos, o descarte desses veículos ocorre a partir dos seis anos.

O presidente da EPL acredita que, quando a demanda por serviços for maior do que a oferta de caminhões, os motoristas não vão se submeter a rodar por longas jornadas. Figueiredo destaca que os próximos investimentos em rodovias serão menores que os destinados à expansão e reparos da malha ferroviária. O programa prevê a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias. O governo criará um eixo contínuo na mesma bitola e com mesmo padrão operacional de Belém (PA) até o porto de Rio Grande (RS) pela parte central do país.

Outro eixo se estenderá de Fortaleza (CE) até o porto de Rio Grande pela faixa litorânea. Os eixos transversais às ferrovias Transnordestina e Norte-Sul integrarão os portos de Suape (PE), Pecém (CE) e Vila do Conde (PA). “Estamos desconcentrando a pressão sobre Santos e Paranaguá e criando opções ao Norte e ao Nordeste para que o setor produtivo possa direcionar sua carga em função das suas conveniências logísticas”, explica Figueiredo. A malha entre Rio de Janeiro e Vitória (ES) também será modernizada para a integração com a rede ferroviária.

Figueiredo destaca que as novas alternativas logísticas permitem a incorporação de novas áreas portuárias. O governo pretende lançar o programa de investimentos para os portos ainda em 2012. O objetivo é destravar os investimentos e retomá-los de forma mais ágil. Figueiredo adianta que o setor precisa resolver a capacidade portuária, pelo menos, para os próximos 20 anos. O pacote vai incluir a ampliação de terminais existentes, a repactuação de contratos, novas licitações, intensificação do programa de dragagem e a eficientização das companhias docas.

Os programas de investimentos para rodovias e ferrovias, anunciados em agosto, preveem R$ 133 bilhões. A intenção do governo com os planos e a criação da EPL é promover uma nova etapa na gestão pública das questões logísticas. Uma das soluções previstas é olhar a logística de forma integrada. “Não podemos mais ver a logística de forma segmentada. Não podemos ter o investimento em rodovias sem pensarmos na articulação com a ferrovia e na articulação que as duas modalidades de transporte têm com os portos e eventualmente com os aeroportos”, avalia Figueiredo.






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