A DHL, uma das principais companhias globais de logística, planeja aumentar o faturamento no mercado brasileiro aproveitando o crescente volume de negócios em petróleo e gás no país. Neste mês, a companhia lançará dois serviços, com os quais espera quadruplicar a receita com o segmento em no máximo três anos.
O aumento da receita oriunda com o setor está estimado a uma média de 50% ao ano, resultando num crescimento acumulado de mais de 400% até 2013, o que pode contribuir para aumentar a participação do Brasil no faturamento da empresa. Hoje, o país representa 3% (R$ 180 milhões) do faturamento global da DHL, que chega a R$ 6 bilhões. O objetivo é que a receita da DHL no Brasil cresça 15% anualmente até 2013. Segundo Thiago Aracema, diretor industrial de projetos de petróleo e energia da DHL, a empresa quer se antecipar ao pico da exploração do petróleo - que, de acordo com estimativas da companhia, acontecerá a partir de 2015. "A demanda do setor está numa curva ascendente. Antes mesmo do ápice da captação, que ocorrerá daqui a alguns anos, há grandes operações e investimentos sendo realizados", resume.
A empresa oferece a essa indústria, atualmente, soluções logísticas como o transporte de cargas pesadas - grandes equipamentos de perfuração, como sondas e brocas, além de outras mercadorias. Entre os clientes, estão desde empresas que atuam nas etapas mais iniciais, de exploração e produção - e que contam com os maiores investimentos até 2020, segundo estudos da DHL - até refinarias e indústrias petroquímicas.
Uma das armas para aumentar o faturamento com as empresas desse segmento é o serviço MRO (Maintenance, Repair and Operation). Com ele, a companhia pretende diversificar a atuação, passando a atuar - além da logística - em compras para manutenção de maquinários em empreendimentos. "Nosso cliente nos passará a lista de fornecedores de peças, por exemplo, e providenciaremos a aquisição assim que seja necessária a substituição, além de retirar o equipamento obsoleto e dar um fim a ele", diz.
Segundo ele, o serviço visa atender principalmente instalações e operações em locais remotos e que não podem ter funcionamento interrompido - já que os custos gerados pela paralisação dessas operações são altos. "O MRO já foi executado no Canadá e na Arábia Saudita. Conversando com o mercado brasileiro, identificamos uma demanda existente e o trouxemos", explica.
Outro lançamento direcionado ao setor é a solução de rastreamento de carga via GPS, que permite ao cliente monitorar o trânsito e a localidade da carga em tempo real, identificar possíveis gargalos e possibilitar o replanejamento da logística para economizar tempo e gastos operacionais futuros. "É um serviço que tem muitos clientes potenciais no setor de energia, mas que se aplica a todo tipo de carga", diz. Hoje, a participação do setor representa entre 2% e 4% do faturamento da DHL no Brasil (enquanto cargas das indústrias automobilística, farmacêutica e tecnológica são os carros-chefes) e o plano é alcançar 15% até 2013.
Fonte: Valor Econômico/Fábio Pupo | De São Paulo
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