Receba notícias em seu email

Navalshore

Dilma altera quadro de poder nos transportes

Quando o Senado vetou Bernardo Figueiredo para o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a presidente Dilma não se aborreceu. Criou especialmente para ele a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal que em muitos organogramas oficiais aparece acima dos ministérios da área – Ministério dos Transportes, Secretaria Especial de Portos (SEP) e Secretaria de Aviação Civil (SAC) – como entidade de cúpula. Assim, mesmo sem aval do Senado, Dilma, no seu estilo duro, resolveu dar faca e queijo para Figueiredo.

Mas parece que a situação está mudando. A Folha de São Paulo publicou matéria com o seguinte título: “Bernardo Figueiredo perde status de ‘capitão’ dos transportes de Dilma”. Diz o jornal paulista: “Em menos de um ano, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, perdeu o posto de todo-poderoso dos transportes e foi colocado na geladeira por Dilma Rousseff. Figueiredo não participa mais de decisões sensíveis do setor e suas posições sobre os transportes estão sendo preteridas pelas do secretário do Tesouro, Arno Augustin”.

E acrescenta: “Nos bastidores, o chefe do Tesouro diz que Figueiredo defende interesses dos empresários. Já o presidente da EPL afirma que Augustin sabota as decisões da presidente, atrapalhando, assim, o programa de concessões de mais de R$ 200 bilhões anunciado em 2012. Empresários do setor de transportes consideram Figueiredo autoritário. Mas as negociações com Augustin têm sido mais difíceis. Empresários ouvidos pela Folha reclamam do ‘viés ideológico’ do secretário e que essas posições podem afugentar investidores, principalmente estrangeiros, dos negócios”.

Augustin está vinculado ao Ministério da Fazenda, mas a Secretaria do Tesouro é, na prática, mais importante do que a maioria dos 39 ministérios de Dilma, pois tem o poder de dar ou cortar verbas para os demais. Segundo se sabe, o governo ainda não jogou a toalha no caso do trem-bala, e Figueiredo queria remuneração de 8% para investidores, enquanto a cúpula financeira desejava estabelecer o teto de 7%.

Algo similar ocorre no Ministério dos Transportes. O atual titular, César Borges, está claramente esvaziado, pois muitas funções de comando do setor estão com o Conselho Nacional de Integração das Políticas de Transportes (Conit) e ainda com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). O esvaziamento do MT ganhou mais um ponto com a recente entrada da Casa Civil no Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante. Todos sabem que, com a Casa Civil presente, todos os órgãos públicos federais deverão seguir seu voto. Assim, após décadas de comando, o Ministério dos Transportes está cada vez mais limitado, especialmente porque o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda é formalmente do MT, mas, na prática, está entregue a um general, que presta contas diretamente à presidente Dilma.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta


PUBLICIDADE








Shelter

   Zmax Group    ICN    Ipetec
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira