Pela primeira vez desde o início do seu mandato, a presidente Dilma Rousseff pisa hoje em solo cearense para a inauguração de projetos estruturantes. A vinda da chefe do Executivo Nacional ao Estado, entretanto, tem uma motivação mais política, no sentido de dar o pontapé inicial a importantes intentos no Estado, que conta com mais de três milhões dos seus eleitores. Isso porque, na prática, não houve recursos federais envolvidos diretamente na realização de ações como a construção do Terminal de Múltiplas Utilidades (Tmut) do Porto do Pecém, da Correia Transportadora, e muito menos nas obras da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), empreendimento privado, tocado pela Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco, e que terá a terraplanagem oficialmente iniciada.
Investimentos
O Tmut, por exemplo, que deve quintuplicar a capacidade de movimentação de cargas no porto, recebeu, segundo o secretário da Infraestrutura do Ceará, Adail Fontenele, investimento de R$ 400 milhões. Do montante, R$ 125 milhões foram bancados pelo próprio caixa estadual. O restante, R$ 275 milhões, o Governo local terá de devolver ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já que o valor foi obtido através de financiamento.
A Correia Transportadora, projetada para levar os minérios que chegarão ao terminal rumo a empreendimentos como a siderúrgica e as térmicas, recebeu aporte de R$ 169 milhões. Ainda de acordo com o secretário, R$ 48 milhões foram investidos pelo Estado, enquanto que R$ 120 milhões ficarão para ser pagos posteriormente, pois o valor também é resultado de empréstimo do BNDES. Na esteira dos eventos de logo mais, Dilma dará início à terraplanagem da CSP. Sua presença também será meramente figurativa: apesar de o projeto alimentar sonhos antigos de emprego e crescimento econômico para o Estado, toda a monta, estimada em US$ 4,5 bilhões, é proveniente de gigantes da mineração e siderurgia. Antes de deixar ao Estado, a presidente vai inaugurar ainda a Policlínica Regional de Pacajus, fruto de investimento de R$ 7,1 milhões do Governo, ampliando o acesso a serviços de saúde para 244.747 pessoas.
Fonte: Diário do Nordeste
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