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Dique seco recebe preparativos para montagem do convés da P-55

O primeiro dique seco de grande porte do País, localizado no Superporto do Rio Grande, está pronto para ser inaugurado. Porém, ainda não há data definida para a inauguração. Parte do dique propriamente dito, inclusive foi entregue pela WTorre/Estaleiro Rio Grande à Petrobras, que já obteve licença de operação para ela. Esta parte do interior do dique, já está em preparativos para a montagem do deckbox (convés) da plataforma de petróleo P-55, com a instalação de apoios, chamados de "picadeiros", para realização desta montagem. As peças do deckbox devem entrar no dique a partir de julho. As informações foram dadas, ontem, pelo engenheiro Edmilson Soares de Medeiros, gerente da implementação de empreendimentos para a P-55, da Petrobras.
Estas peças são conjuntos de nós e vigas de aço especial de alta resistência formados, por meio de soldagem, por funcionários de duas empreiteiras contratadas pela Quip S/A em parte das oficinas do Estaleiro Rio Grande (responsável pela construção do dique seco). O porta-batel (comporta), já está no seu local definitivo - na ponta do dique de frente para o canal de acesso ao porto - e ontem entrou na fase de testes, que deverá estender-se por 15 dias. Para o teste, o espaço entre o porta-batel e a ensecadeira (barreira que impede a entrada da água do canal de acesso ao porto no dique), será alagado. O porta-batel se destina a fechar o dique, quando ele for usado seco, e abrí-lo no momento em que ele tiver que ser alagado. Os testes visam a assegurar sua vedação. Concluídos os testes, este espaço será dragado para retirada da ensecadeira.
O pórtico-guindaste, que irá auxiliar na montagem das plataformas, aguarda a vinda de operadores chineses da fabricante do equipamento (ZPMC, de Shangai) para ser colocado em funcionamento. Os operadores ainda não vieram para o Brasil devido a um problema de vistos, cuja resolução está sendo providenciada. Eles irão testar, colocar em funcionamento e treinar trabalhadores brasileiros para esta função. O dique seco, destinado à construção, conversão e reparo de emergência de plataformas de produção e de perfuração, é uma estrutura de 350 metros de comprimento por 130 metros de largura e profundidade de 13,80 metros abaixo do nível do mar. Suas paredes têm 17,10 metros de altura, incluindo 3,30 metros acima da lâmina d\'água. Em seu entorno, há outras várias estruturas que compõem o Polo Naval de Rio Grande.
Custo
A conclusão da obra inicialmente estava prevista para agosto de 2008. Atrasou devido ao processo de definição do método construtivo da laje de fundo do dique em função das condições do solo. Também devido à necessidade de construção de reforço - rodapé de concreto com dois metros de altura - nas paredes da estrutura. Inicialmente orçada em R$ 485 milhões, a obra toda hoje está no valor de R$ 785 milhões. O Fundo de Investimento administrado pela Rio Bravo Investimentos, que tem como principal cotista a Petrobras, paga 79% do valor e a WTorre os outros 21%. Durante 10 anos, o dique seco será de uso exclusivo da estatal. Conforme Edmilson Medeiros, a entrega da infra offshore à Petrobras vem sendo feita por partes. As oficinas, outras várias áreas e parte do dique já foram entregues. Terminados os testes com o porta-batel, será entregue o dique seco como um todo. Os cais norte, de 50 metros de extensão, e o sul, de 350 metros, estão prontos.
A primeira plataforma a ser realizada dentro do dique será a P-55. O deckbox será construído em uma metade da estrutura e na outra, próxima ao porta-batel, será montado o casco. As duas partes serão separadas com a instalação de uma comporta intermediária no meio do dique. As peças de aço para composição do casco da P-55, que estão sendo construídas pelo Estaleiro Atlântico Sul em Suape (Pernambuco), chegam a Rio Grande em outubro deste ano. Primeiro chegarão as duas peças em forma de C e 15 dias depois, as colunas que irão nos cantos destas. Como são três seções de colunas para cada canto dos dois Cs, no total serão 14 peças para montagem do casco. Finalizados os dois serviços, a comporta intermediária será retirada para a união do casco ao convés. Os oito cascos do pré-sal, a serem feitos pela Engevix, também serão construídos no dique seco.

(Fonte: Jornal Agora/Rio Grande,RS/Carmem Ziebell)


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