Além de indicar a privatização do Aeroporto Santos Dumont, o governo tem planos para repassar à iniciativa privada outros ativos importantes de infraestrutura localizados no Rio de Janeiro. Na lista está a Companhia Docas e a concessão de diversas rodovias. A informação é do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Ele participou de um café da manhã organizado pelo Conselho Empresarial do LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), no Rio, nesta segunda-feira.
No caso das rodovias, o ministro destacou que a malha do Rio será “praticamente toda concedida, nas mãos da iniciativa privada”. Além de citar a BR-040, ele destacou que a nova licitação da Rio-Juiz de Fora terá as obras da subida da Serra contempladas na nova concessão.
PUBLICIDADE
- Vamos fazer a nova concessão da Rio-Teresópolis. E fizemos questão de incorporar o Arco Metropolitano na concessão da nova Rio-Teresópolis. Ela passa de cento e poucos quilômetros para 700 quilômetros. E isso de certa forma é para atender a refinaria do Comperj.
Ele falou ainda sobre a licitação da Nova Dutra, cujos os estudos serão concluídos em setembro. A expectativa é que o certame ocorra em 2020.
-Vamos fazer a licitação da Nova Dutra que vai contemplar a descida da Serra das Araras como investimento obrigatório. E vamos trazer tecnologia da informação. A ideia é trabalhar com pagamento por quilômetro rodado. O objetivo é aumentar a base de pagantes. Hoje, só 10% dos usuários da Nova Dutra pagam tarifa, pois a maioria do tráfego é entre as praças de pedágio - disse o ministro. - A Rio-Santos estará dentro do modelo da Nova Dutra. Testamos a viabilidade e está funcionando, pois gera valor. Será uma concessão extremamente disputada. A Dutra vai ser uma carnificina no bom sentido, com o mundo inteiro disputando. Assim, somando a 393, 101, a ponte Rio-Niterói, 040 e a 116, vamos ter a malha do Rio praticamente toda concedida, nas mãos da iniciativa privada - explicou o ministro.
Freitas citou ainda os planos para a área portuária, com o programa de arrendamentos. Ele disse que o objetivo é privatizar as companhias Docas. O primeiro passo é passar à iniciativa privada as companhias Docas do Espírito Santo e de São Sebastião. Depois, dependendo do resultado, frisou o ministro, o Rio de Janeiro estará no radar.
- Essas experiências sendo bem sucedidas e vamos pensar em algo semelhante para a Docas do Rio de Janeiro. Percebemos aqui um potencial muito grande de atração de investimento. É lógico que a Docas do Rio tem uma situação financeira muito mais frágil. Ela precisa de um trabalho de recuperação financeira antes de lançar uma licitação para que a gente não destrua valor. A estratégia é iniciar esse trabalho de reestruturação da empresa para depois pensar na transferência desse ativo para a iniciativa privada - afirmou Freitas.
Ele lembrou que, além de já ter feito dez leilões neste ano, serão feitos outros dez em agosto, como em Santos, Paranaguá, além de outros em Suape, Itaqui e Rio Grande do Norte.
- Vamos começar a fazer privatização de companhias docas, que é uma quebra de paradigma. A gente observa um potencial de melhoria muito grande e de atração de investimentos. A primeira é a Docas de Espírito Santo, com área grande, e pode atrair o interesse privado, pois tem um baixo passivo trabalhista e poucos funcionários. É um ambiente para começar essa jornada de privatizações. Depois, vamos fazer a privatização de Docas de São Sebastião. E a partir daí, vamos dar os próximos passos. Nossa intenção é fazer a abertura do capital de Santos. - afirmou o ministro.
Investimento ferroviário no Rio
Em ferrovias, o ministro destacou os planos para o Rio de Janeiro. Ele lembrou que o investimento será destinado para prover infraestrutura para o Porto de Açu, em São João da Barra, no Norte do Estado do Rio. Ele citou que pretende ampliar a Ferrovia Vitória-Minas até o Rio. Para isso, disse que pretende usar recursos da prorrogação do contrato da MRS Logística e recursos do governo federal.
- É um objetivo do governo levar a ferrovia até o Açu. Isso será feito com recursos da prorrogação da MRS e com recursos próprios da AGU, que é investimento público. Mas ainda estamos avaliando. Vemos o Porto de Açu como um grande porto - destacou ele.
O ministro destacou ainda que pretende alterar o regime do modelo ferroviário.
- Vamos trazer regime de autorização para as ferrovias. Ou seja, o privado que quiser fazer investimento, vai receber a autorização, tomar o risco e ficar com a ferrovia para si. Vai ter o benefício da perpetuidade e liberdade tarifária. É isso que está em andamento. Nos portos deu muito certo. Os terminais privados movimentam 66% de toda a carga no país. E queremos fazer algo semelhante nas ferrovias.
Fonte: O Globo