Após três meses da conclusão da dragagem do Porto do Recife, só ontem a diretoria do ancoradouro enviou à Capitania dos Portos de Pernambuco as informações técnicas necessárias para emissão da Carta Náutica. Esse documento é de grande importância, pois contém informações utilizadas pelos navegadores de todo o mundo para conduzirem suas embarcações com segurança. Depois de sua emissão é que a nova profundidade do Porto - que passou de 8,5 metros para 11,5 metros - será reconhecida nos mapas de navegação.
A justificativa do presidente do Porto do Recife, Sileno Guedes, é que as informações haviam sido enviadas antes, porém em um cd. “Foi preciso mandá-las de outra forma. Tivemos que preparar um material, uma espécie de caderno contendo todas as plantas, laudos e o resultado da batimetria”, explicou. Batimetria é um procedimento técnico realizado por uma empresa diferente da que ficou responsável pela dragagem e afere a profundidade em cada um dos pontos do chamado berço de atracação (local onde os navios vão atracar) do ancoradouro.
A dragagem foi uma obra esperada por 25 anos anos e custou R$ 26 milhões, dinheiro previsto pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e liberado pela Secretaria Especial de Portos. Ela é importante por permitir a chegada, por exemplo, de grandes navios cargueiros que, devido as suas dimensões e volume de carga transportada, só podem atracar em portos com o calado profundo. O Porto do Recife foi o primeiro no Brasil a ter verbas do PAC liberadas.
Sem a Carta Náutica, uma empresa que faz seguros para embarcações não pode fechar um contrato com uma embarcação, pois não dispõe de informações suficientes sobre onde o navio vai fazer paradas e quais riscos estará correndo. Por sua vez, um navio dificilmente seguirá seu rumo sem um seguro. Em resumo, a falta do documento atrapalha as negociações.
“É de interesse do Porto que a Carta Náutica seja emitida. O documento faz parte de um acordo internacional. Quem vai navegar com segurança precisa das informações que ela apresenta, pois permitem o planejamento e a execução da navegação”, explicou o capitão dos Portos de Pernambuco, Joése de Andrade Leandro.
O estudo técnico enviado pela diretoria do Porto do Recife será encaminhado pela Capitania dos Portos ao Centro de Hidrografia da Marinha, no Rio de Janeiro. Lá, será feita uma checagem para averiguar se os dados estão de acordo com os padrões internacionais. (fonte: JC PE)
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