A draga que fará a manutenção das profundidades dos trechos 2, 3 e 4 do canal de navegação do Porto de Santos (entre o Entreposto de Pesca e a Alemoa) chega ontem, quinta-feira (4), ao cais santista. A previsão é de que as obras comecem ainda nesta semana.
De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), após a chegada da embarcação, são necessários, no máximo, dois dias para os procedimentos administrativos feitos na Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Com isso, ela já está apta a dragar o canal de navegação do cais santista.
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A draga Lelystad, da Van Oord Operações Marítimas, é o equipamento que foi destacado para a dragagem de manutenção. A ideia é não permitir que o assoreamento (a deposição de areia no leito de um mar ou rio, tornando-o menos profundo) reduza o calado operacional do Porto.
O calado é a distância entre a superfície do mar (ou rio) e a parte mais inferior de um casco na água, ou seja, é a metragem vertical da parte da embarcação que fica submersa. Quanto mais carregado (pesado) um cargueiro, mais ele afunda e, portanto, maior é o seu calado. Ao limitar essa dimensão, a Docas acaba reduzindo a quantidade de cargas que podem ser embarcadas em um navio e, consequentemente, diminui a competitividade do cais santista.
A cada 10 centímetros de aumento no calado máximo de um navio, a embarcação consegue carregar mais 70 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) ou 3 mil toneladas.
A Tribuna apurou que nos trechos 2, 3 e 4 do canal de navegação, serão retirados 700 metros cúbicos de sedimentos. Para este serviço, a Van Oord destacou a draga Lelystad, que já esteve no cais santista e foi responsável por restabelecer as profundidades, após a redução do calado operacional do Porto, em janeiro.
Na ocasião, a falta de dragagem de manutenção limitou em 12,3 metros de fundura – ou até 13,3 metros com a maré alta – o calado das embarcações autorizadas a trafegar no Porto. Com a redução, cada cargueiro teve sua capacidade de transporte reduzida em 630 TEU ou 27 mil toneladas, ao escalar em Santos.
A Lelystad tem capacidade de armazenar 10 mil metros cúbicos de sedimentos, comprimento de 137 metros e 26 metros de boca. A sua capacidade de cisterna, aliada ao seu baixo calado (cerca de 8,2 metros), a alta velocidade e a sua grande capacidade de sucção lhe conferem excelente produtividade e baixo custo operacional.
Fonte:Tribuna OnLine\Fernanda Balbino