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Draga sai do encalhe e passa por reparos

O navio-draga La Belle “está no céu”. A afirmação é do supervisor geral da Bandeirantes Dragagem e Construção, Adriano   Dantas. Segundo a empresa, que é responsável pela embarcação, a draga saiu do encalhe e agora, apesar de parecer em uma situação mais complicada, na areia da praia da Redinha, no litoral Norte de Natal, está apenas passando por reparos na estrutura para voltar ao mar.

Adriano AbreuNavio La Belle encalhado na praia da Redinha.Navio La Belle encalhado na praia da Redinha.
A embarcação La Belle passou, precisamente, um mês e cinco dias encalhada na praia da Baixinha, na Barra da Redinha. Uma nova tentativa de desencalhe, segundo a Capitania dos Portos, estava marcada para o dia 9. No entanto, a Bandeirantes decidiu antecipar a tentativa de resgate da embarcação para a tarde de terça-feira, feriado de Sete de Setembro. Após uma tentativa frustrada à tarde, os engenheiros navais esperaram a nova maré alta, ocorrida durante a madrugada de ontem, e levaram a embarcação até à areia. Ela foi puxada por cordas amarradas ao trapiche da Redinha até à praia.

“Da forma como ela estava na praia, não tinha como fazer os reparos. A draga estava batendo muito nas pedras. Por isso, decidimos colocá-la nessa situação. Aí ela está no céu. Vai passar pelos reparos e depois sairá navegando, sem precisar ser puxada pelos rebocadores”, afirmou o supervisor-geral da Bandeirantes. Segundo ele, também, a embarcação chegou ao local onde se encontra simplesmente “navegando”. “Aproveitamos a maré alta para trazê-la para cá. Agora, é só fazer os reparos e esperar uma nova maré alta”, completou.

Segundo a Capitania dos Portos informou na segunda-feira, uma nova retirada da draga La Belle estava marcada somente para hoje, depois que passasse por reparos no casco. “O problema é que não estava tendo como fazer isso. A gente soldava e trincava tudo de novo. Diminuiu a vazão de água que estava entrando, mas ainda era pouco”, afirmou o mergulhador Francisco Gaudêncio da Silva, 53 anos, que foi contratado pela empresa Tecsub Engenharia Subaquática para fazer os reparos. Segundo ele, são dois os buracos na embarcação.

La Belle agora deve passar mais três ou quatro dias na praia fazendo esses reparos e, depois, sair sozinha, navegando, para o Porto de Natal. Para que isso ocorra, além da retirada da água colocada nos tanques para que ela ficasse “sentada” sobre a pedra da Baixinha e não tivesse novas avarias ao ficar “batendo” nas rochas, a embarcação deve ser também preenchida com ar comprimido, para que possa flutuar e ser retirada de forma mais fácil. “Lá, ela ficará no estaleiro, ou então a levaremos  para um porto em outro Estado. Não sabemos ainda”, afirmou o supervisor-geral Adriano Dantas.

Apesar do destino da draga ainda ser desconhecido, pelo menos algo já é fato: ela não volta ao serviço de dragagem do rio Potengi. Uma draga maior, a Reem Island, com aproximadamente quatro vezes o tamanho de La Belle, já se encontra no Porto de Natal esperando apenas um acerto financeiro com o prático para recomeçar o trabalho de dragagem do rio. Para amanhã, também está prevista a chegada no porto da draga Mercey, que ajudará na dragagem, fazendo o trabalho de alargamento do canal.

Apesar de toda essa demora para a retirada de La Belle, a expectativa é que a dragagem do rio Potengi seja concluída até o final do ano. Mesmo com uma alteração cronológica, não houve nenhuma mudança no projeto, que ainda pretende o aprofundamento de 10 metros para 12,5 metros do canal do rio Potengi. O valor da obra continua orçado em R$ 36 milhões.

Cronologia

Histórico da Draga na Barra da Redinha

• 8 de maio de 2010: a draga francesa La Belle chega ao Porto de Natal e fica aguardando a nacionalização. A embarcação,  havia sido contratada pela Bandeirante Dragagens – vencedora do certame para a realização da dragagem do rio Potengi.

•1º de junho: o diretor-presidente da Codern, Emerson Fernandes, assina a ordem de serviço para o início da dragagem de aprofundamento do canal do rio Potengi. A obra visa ampliar a profundidade do canal de acesso ao Porto de Natal dos atuais 10m para 12,5m. A obra está orçada em R$ 34,4 milhões e tem previsão para ser concluída em seis meses.

• 2 de agosto: a La Belle encalha na pedra da Baixinha, na entrada da barra, próximo à Guia de Corrente no leito da praia da Redinha. Uma tentativa de puxar a draga ocorre logo em seguida ao encalhe. A primeira tentativa real de desencalhe é feita na noite do mesmo dia, mas é suspensa devido à insegurança que uma ação como essa, sem iluminação poderia provocar.

• Manhã de 4 de agosto: ocorre a segunda tentativa de desencalhe do navio-draga La Belle. Dois rebocadores participaram, sem êxito, da ação.

• Tarde de 4 de agosto: a empresa Bandeirantes e a Capitania dos Portos decidem que uma nova tentativa de desencalhe da draga será realizada só no sábado, 7. Nesse dia, a maré alta, com mais de 2 metros, facilitaria o desencalhe.

• 5 de agosto: bandeirantes coloca uma barreira de contenção para evitar que os 40 mil litros de óleo vazem da embarcação e contaminem as águas potiguares.

• 6 de agosto: a empresa responsável pela draga começa a retirar os 40 mil litros de óleo para facilitar a operação do desencalhe.

• 7 de agosto: a operação para desencalhe do Navio La Belle é transferida para o domingo, 8. Não houve tempo hábil para que todos os 40 mil litros de óleo fossem retirados.

• 8 de agosto: operação para desencalhe é novamente adiada.

• 9 de agosto: a tentativa de desencalhe do navio-draga “La Belle” é adiada.

• 11 de agosto: o rompimento do cabo de amarração do rebocador Bourbon Liberty 218 ao navio-draga
La  Belle, frustrou, mais uma vez, a tentativa de resgate.

•12 de agosto: nova tentativa de desencalhe é marcada para às 5h56 da manhã, quando a maré alta, segundo a previsão, estaria com ondas de 2,50 metros. No entanto, a tentativa não ocorre.

•14 de agosto: Reem Island chega ao porto de Natal, mas ainda não pode operar, aguardando nacionalização.

• 3 de setembro: engenheiros da Bandeirantes iniciam os trabalhos de reparos no casco da embarcação, mas não conseguem concluí-lo com a draga no mar.

• 8 de setembro: durante a madrugada, a draga é levada para a praia para que possam ser feitos os reparos.

Fonte: Tribuna do Norte (RN Natal/Ciro Marques

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