A draga Kaishuu, da empresa belga Jan De Nul, trabalha 24 horas por dia para adiantar o desassoreamento do canal que dá acesso ao Porto do Rio Grande. O ritmo de trabalho acelerado vai permitir que nesta semana a dragagem seja concluída.
O trecho dragado compreende o cais da Cesa, passa pela bacia de evolução (em frente ao Estaleiro Rio Grande) até o final dos Molhes da Barra. No trajeto por estes locais, a embarcação, composta por dois grandes tubos de sucção, remove os sedimentos que estão no fundo do mar, com o objetivo de aprofundar o canal. De acordo com o superintendente de Operações da Jan De Nul, Bram Dewil, o procedimento completo de dragagem é realizado cinco vezes por dia, por 30 trabalhadores de diversas nacionalidades. "Dividimos a área total que deve ser dragada em sete trechos e, por dia, vamos até certo trecho, recolhemos os sedimentos, levamos ao local de descarte e passamos para outro trecho", explica.
O local de descarte fica a 15 km do final dos Molhes da Barra. Lá, em alto mar, são depositados a cada viagem 17.000m³ de sedimentos em áreas devidamente liberadas pelo Ibama - com intuito de não haver acúmulo de dejetos, e consequentes problemas ambientais.
Com o término da dragagem de 1 milhão e 600 mil m³, previsto em contrato com a Jan De Nul, a área do Porto Novo terá 10,5 metros de profundidade. Já o espaço entre a bacia de evolução e ponta dos Molhes terá 14,5m de profundidade.
Segundo o chefe de gabinete da Superintendência do Porto do Rio Grande, Gustavo Garima, o serviço era emergencial, pois muitos pontos estavam assoriados. "Para um navio com o calado de 12,8m é necessária uma profundidade no canal de 14m, uma questão de segurança manter esse número. Mas nesta dragagem estamos deixando mais 50 cm de profundidade para termos mais tempo até a próxima manutenção", disse.
Ainda de acordo com Garima, outro fator extremamente importante, que determina a necessidade periódica da dragagem, é a questão econômica. "A cada um centímetro de calado no navio, é possível embarcar 65 toneladas de soja, ou 40 toneladas de fertilizante, por exemplo. Não manter a profundidade estabelecida é prejuizo econômico tanto para o Porto, como para os trabalhadores, que ganham por produção. Quanto menor a quantidade de mercadorias, menor a possibilidade de ganho", completou.
Após a conclusão do serviço, será realizada uma batimetria para verificar a profundidade do canal. O investimento do Governo do Estado e do Governo Federal na dragagem do Porto do Rio Grande é de R$ 22 milhões.
Fonte: Jornal Agora (RS)/Karoline Avila
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