Grandes volumes da soja do norte do Mato Grosso são trazidos para o Sul por milhares de caminhões que tem Maringá em sua rota. Por sua localização e infraestrutura, a cidade é importante polo de transbordo da produção, que deixa de viajar por rodovia para seguir até o porto sobre trilhos. Com a mudança do embarque para o Pará, alguns setores temem que haja um esvaziamento. Mas há quem veja com certa desconfiança o anúncio de que o Porto de Santarém terá condições de receber as safras já em 2011/12.
O assessor técnico do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti, disse ter dúvidas quanto à ampliação do porto em prazo tão curto, uma vez que o terminal da Cargill, instalado ali, vem tentando há anos, sem êxito, obter uma licença ambiental. De qualquer forma, ele considera importante que o País viabilize caminhos mais adequados para o escoamento de suas safras, e não vê com preocupação o fato de a produção do Mato Grosso ficar mais competitiva em relação à paranaense.
“O porto de Paranaguá ainda é o melhor do Brasil para o embarque de grãos e a saída das safras do Mato Grosso vai permitir que os paranaenses consigam negociar melhor seus embarques”, diz. Hoje, acrescenta, os custos portuários são muito altos por conta, inclusive, do gargalo que se forma com a vinda da produção de outros Estados.
Mesma produtividade
Na safra 2009/10, já em sua fase final, Mato Grosso deve colher ao redor de 18,6 milhões de toneladas de soja, 3,8% a mais que as 17,9 milhões do ciclo anterior, para uma produtividade estimada em 3.038 quilos por hectare, quase a mesma dos paranaenses. Se o Mato Grosso já é campeão em volume de soja, com uma área cultivada de 6,1 milhões de hectares (contra 4,4 milhões do Paraná), o Estado cresceu muito também, nos últimos anos, na produção de milho de segunda safra.
Fonte: Diario Maringá
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