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Embarque de petróleo explica 27% do aumento da exportação brasileira

Embarque de petróleo explica 27% do aumento da exportação brasileira

O aumento das exportações no primeiro semestre foi muito concentrado em poucos produtos, principalmente básicos e semimanufaturados. Cerca de 40% da expansão das vendas externas no período se explicam pelo desempenho de apenas três produtos - petróleo em bruto, minério de ferro e açúcar em bruto, segundo números da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).

"O crescimento das exportações no período foi extremamente concentrado em poucas commodities, de uma forma provavelmente inédita nos últimos 30 anos, quando o país passou a ser um grande exportador de produtos industrializados", diz o economista-chefe da Funcex, Fernando Ribeiro. Em termos setoriais, impressiona a contribuição do segmento de extração de petróleo, que respondeu sozinho por 27,5% da alta das vendas ao exterior no primeiro semestre.

Enquanto as vendas de commodities vão bem, puxadas principalmente pelas altas expressivas de preços de produtos como minério de ferro e petróleo, o desempenho dos manufaturados tem sido decepcionante. No primeiro semestre de 2010, o volume exportado desses produtos ficou cerca de 20% abaixo do registrado no mesmo período de 2008 e inferior até mesmo ao observado no primeiro semestre de 2004. "O mau desempenho das vendas de manufaturados implica em maior concentração da pauta exportadora."

Ribeiro aponta três fatores para explicar esse resultado. O primeiro é que a demanda por manufaturados tem sido bem mais fraca que a por commodities, puxadas em grande parte pelos países asiáticos. Mercado importante de produtos industrializados brasileiros, os EUA avançam a passos lentos, como mostrou o crescimento de 2,2% no segundo trimestre, em termos anualizados. O professor Fernando Sarti, da Unicamp, diz que, com a fraqueza da economia americana, há uma dependência maior das vendas de manufaturados para a América Latina. "É outro tipo de concentração indesejável."

Ribeiro diz ainda que a força da demanda doméstica leva as empresas a direcionar ao mercado interno uma parcela da produção que poderia ser exportada. Quando há aquecimento da demanda interna e redução da ociosidade na indústria, as exportações de manufaturados brasileiras costumam perder fôlego, afirma ele. Por fim, o câmbio valorizado também afeta a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

Combinados, esses fatores levam à concentração da pauta em poucos produtos. "Apenas quatro setores, de um total de 29, responderam por quase 70% do crescimento das exportações no primeiro semestre", diz Ribeiro. Além da contribuição de 27,5% do segmento de extração de petróleo, o de extração de minerais não metálicos (onde está o minério de ferro) respondeu por 17,7%, o de produtos alimentícios e bebidas (que inclui açúcar em bruto), por 13,2% e o de veículos automotores, por 11%.

Sarti diz que a tendência é de fato preocupante, mas considera importante separar o que é estrutural do conjuntural. Parte da concentração da pauta em poucos produtos se explica pela alta muito forte dos preços de algumas commodities, algo que não deve ocorrer com tanta intensidade daqui para frente.

Entre os setores industriais mais avançados, o único que teve uma contribuição expressiva para a expansão das exportações foi a indústria automobilística. Mesmo assim, Ribeiro relativiza o desempenho: "O setor teve uma retração de mais de 50% de suas vendas no primeiro semestre de 2009, e o montante exportado no primeiro semestre de 2010 ainda foi inferior ao registrado no mesmo período de 2006. Ate o momento, esse setor está apenas recuperando o espaço que havia perdido nos últimos anos."

Fonte: Valor Econômico/Sergio Lamucci, de São Paulo



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