Complexo do Pecém vai provocar um impulso de desenvolvimento e um "boom" populacional em São Gonçalo do Amarante
Complexo do Porto do Pecém concentra grandes obras (BANCO DE DADOS) Complexo do Porto do Pecém concentra grandes obras (BANCO DE DADOS)
O Porto do Pecém está consolidado nacionalmente como um terminal que possui espaço e equipamentos adequados para movimentar cargas gerais e contêineres. Juntamente com o seu complexo industrial, o porto é a principal aposta do Governo do Estado para impulsionar o desenvolvimento do Ceará. Terá, no entanto, que resolver problemas de infraestrutura e habitação para os futuros novos moradores das cidades próximas.
Uma explosão demográfica deve acontecer em São Gonçalo do Amarante e Caucaia. Pecém (em São Gonçalo do Amarante), que tem cerca de 15 mil pessoas e, em 10 anos, terá 140 mil, 150 mil pessoas morando lá. Um problema grave, que estamos enfrentando com responsabilidade”, comenta o secretário da Infraestrutura do Estado, Adail Fontenele.
A preocupação leva em consideração que só a Refinaria Premium II prevê a geração de 90 mil empregos diretos, indiretos. A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) estima empregar 37 mil pessoas. Será uma grande concentração populacional em uma década.
Estão sendo realizadas frequentes reuniões com empreendedores e pessoas do governo para que essas áreas destinadas à habitação possam ser delimitadas e que as infraestruturas sejam implementadas. Apesar do esforço para interiorizar a economia, os grandes empreendimentos industriais ficam mesmo localizados em área próxima a portos, aeroportos, linhas férreas e a centros urbanos com mais facilidade de ofertar mão de obra qualificada.
No Interior, o Ceará possui base econômica na agricultura familiar e em indústrias de produtos com baixo valor agregado. Um dos motivos para isso é a falta de qualificação profissional, conforme analisa o economista e professor de comércio exterior, Henrique Marinho.
“O Ceará não tem uma indústria de peso como carro-chefe. Está sempre a mercê de viver de comércio, porque o peso da indústria está na têxtil, calçado, couro e alimentos. Não tem grande valor agregado para o estado”, diz Marinho.
Para ele, os chamados projetos estruturantes devem mesmo mudar a cara da economia do Ceará, como mudou em Pernambuco e Bahia. “A população em si ainda não percebeu, porque os projetos agora que estão começando. As pessoas vão sentir na geração de empregos. Na área petrolífera, com a refinaria, as universidades já estão se preparando, oferecendo cursos na área de engenharia de petróleo. Não é uma coisa ainda efetiva, porque falta a implantação”, lembra.
O professor comenta que concentrar indústrias na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) gera desenvolvimento desigual. “É preciso que o governo do estado veja essa não concentração. Quando estavam querendo instalar o estaleiro em Fortaleza e a prefeita lutou para que não fosse em Fortaleza, é porque esses investimentos precisam sair das capitais. É preciso que haja uma interiorização da industrialização, como no Cariri e Sobral. (Andreh Jonathas)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O Complexo Industrial do Porto do Pecém concentra os grandes projetos de desenvolvimento do Ceará e hoje é um dos maiores fatores para atração de investimentos no Estado.
Porto
Reforma bilionária
Foram investidos na primeira grande reforma do Porto do Pecém cerca de R$ 410 milhões no Terminal de Múltiplo Uso (Temut). Uma segunda reforma já está em licitação e deverá consumir recursos da ordem de R$ 610 milhões. Uma terceira estruturação também está prevista. O investimento bilionário é, principalmente, para receber a Refinaria Premium II e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), informou a Secretaria da Infraestrutura (Seinfra)
Próxima intervenção Está em curso uma licitação para atender a Refinaria Premium II. Será construída uma ponte de 32 metros (m) de largura, mais larga do que a ponte Rio-Niterói, que possui 26,6 m de largura. Desses 32 m, 15 m são destinada a tubulações da refinaria. Além dessa ponte, serão construídos mais dois berços ao lado do Tmut para servir à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
Fonte: O Povo(CE)
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