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Empresas de logística voltam a ter lucro e planejam aportes

SÃO PAULO - Empresas de logística começam o ano revertendo prejuízos que haviam registrado no primeiro trimestre de 2009. Assim, estão não apenas mais otimistas, como dispostas a fazer altos investimentos ainda este ano. A empresa América Latina Logística (ALL), que no primeiro trimestre do ano passado obteve um prejuízo de R$ 22,6 milhões em seu resultado líquido, viu nos primeiros três meses deste ano um lucro de R$ 17,5 milhões. Já a empresa LLX, braço de logística do grupo EBX, teve um lucro líquido de R$ 2,294 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 11,286 milhões um ano antes.
Diante destes resultados positivos, a LLX, por meio de seu Conselho de Administração, aprovou na última segunda-feira o processo de contratação de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) para construção e implantação do Porto Sudeste, conforme ata da reunião.
O financiamento será contratado na modalidade project finance, no valor de R$ 805 milhões. Em março último, a LLX recebeu a autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para o Porto Sudeste, empreendimento que será construído em Itaguaí, na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro.
Em contato com a assessoria de imprensa da LLX, a empresa afirma apenas que o financiamento está em fase de contratação junto ao banco. Já no documento de autorização recebido da Antaq, em referência à construção do Porto Sudeste, a agência autorizou a empresa a construir e explorar um terminal portuário privativo de uso misto para a movimentação de 50 milhões de toneladas na sua primeira fase. Com todos esses trâmites, a previsão é de que as obras sejam iniciadas ainda em maio, em três diferentes frentes: on shore (pátios de estocagem), túnel e estrutura offshore.
A empresa LLX, que pertence ao grupo EBX do empresário Eike Batista, e que conseguiu reverter um prejuízo considerável no primeiro trimestre de 2009 para um lucro líquido de R$ 2,3 milhões, atribuiu este resultado positivo principalmente à receita de aluguel no valor de R$ 4,8 milhões, ao resultado financeiro positivo de R$ 9,7 milhões, às receitas operacionais de R$ 3,5 milhões e às despesas administrativas e gerais no valor R$ 15,8 milhões.
A empresa de logística encerrou este mesmo período com R$ 412,8 milhões em caixa. Em ativos permanentes, a empresa fechou o primeiro trimestre com R$ 874,9 milhões, ante os R$ 810,7 milhões registrados no quarto trimestre de 2009.
Esta variação refere-se, principalmente, ao crescimento do ativo imobilizado, que passou de R$ 606,7 milhões no quarto trimestre do último ano, para R$ 671 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado da imobilização de ativo fixo dos projetos de terminais portuários da LLX.
ALL
A operadora logística com base ferroviária ALL anunciou os resultados do primeiro trimestre deste ano com aumento de 6,3% em volume movimentado no Brasil, atingindo 8,3 bilhões de TKU (unidade que representa o volume em toneladas transportado por quilômetro útil). Segundo o relatório da empresa, em janeiro deste ano o mercado ainda refletia o quarto trimestre de 2009 com um baixo nível de exportação agrícola. Entretanto, em fevereiro e março foi notado um forte inicio do período de colheita no Brasil, explicando este aumento. "O cenário é justamente o oposto do cenário do ano passado. Temos uma safra muito forte e uma recuperação no setor industrial também forte", explicou o diretor de Relações com Investidores Rodrigo Campos.
Quanto a lucro consolidado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), a companhia registrou um aumento de 19% ante o de mesmo período de 2009, fechando com R$ 296,5 milhões. "O resultado reflete o bom desempenho operacional que a empresa está tendo no Brasil e a redução de despesas financeiras durante o trimestre", comentou Campos.
A receita líquida consolidada da empresa neste período foi de R$ 626,1 milhões, que representa um aumento de 12,9% em comparação com o primeiro trimestre de 2009, que fechou com R$ 554,4%. E o yield médio (indicador de preço de frete) da operadora logística no Brasil aumentou 8,8%. Segundo Campos, isso se dá principalmente por causa de o mercado spot atingir seu pico no primeiro trimestre, impulsionado pelo forte início do período de colheita de 2010. "O período também foi marcado por recuperação de preço no Brasil depois de um ano com tarifas muito pressionadas, refletindo ganhos em nossos contratos de transporte, bem como no mercado spot, e o maior volume nos serviços de ponta rodoviária. Embora os preços spot devam voltar ao normal ao longo do ano, o frete de nossos contratos já assinados devem dar uma estabilidade positiva nas tarifas", segundo nota da empresa.

Fonte: DCI/Daniel Popov


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