Cerca de 70 empresários brasileiros e italianos se reuniram em um encontro de negócios nesta quarta-feira (28), em Brasília, para discutir a formação de parcerias para atuação no mercado brasileiro de infraestrutura. O evento, realizado pelo Banco do Brasil e embaixada da Itália, com parceria da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, ocorreu na sede do Banco em Brasília, e contou com a participação do ministro interino do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, do secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, do presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, e do Presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Os empresários italianos representaram 23 grandes grupos das áreas de engenharia e construção, finanças, concessões rodoviárias e ferroviárias, além de fabricantes de equipamentos. Do Brasil, participaram representantes de 16 médias empresas, especialmente focadas nas áreas de construção e engenharia.
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Este foi o primeiro evento do gênero, em que empresários dos dois países avaliaram pilares do ambiente regulatório de concessões e possibilidades de constituir novos consórcios, para assim fazer deslanchar o Projeto Crescer, lançado recentemente pelo Governo Federal.
Moreira Franco destacou as principais diretrizes que podem trazer novos investimentos para a infraestrutura. Dentre elas, a segurança jurídica dos contratos, o fortalecimento das agências reguladoras, a qualidade técnica e abrangência internacional dos editais, prazos adequados para as concorrências, aprovação prévia da viabilidade ambiental dos projetos, além de regras que proporcionem o equilíbrio técnico e financeiro dos contratos. "Vemos que as empresas que participam das concessões, em todas as áreas, são basicamente as mesmas. Queremos que existam possibilidades reais para todos os agentes, com muita transparência", disse Moreira Franco. "As empresas - sejam pequenas, médias ou grandes, brasileiras ou estrangeiras, precisam ter acesso às informações, aos dados, aos endereços onde as decisões são tomadas. Assim podem se sentir seguras em fazer o investimento", completou.
Para o ministro interino Dyogo Oliveira, as agendas das reuniões de hoje visaram sobretudo a objetividade, e o debate de condições reais de negócios para que se viabilize a participação de novos agentes nas disputas pelas concessões. O Ministro destacou a importância de se restabelecer a confiança dos agentes. "Temos muita confiança e otimismo na recuperação da economia brasileira. Confiança nos números anunciados, nas metas que serão cumpridas e também na relação entre empresários e o Estado. Toda a equipe do governo tem uma orientação muito clara para trabalhar de forma a restabelecer um ambiente favorável ao crescimento econômico”, afirmou o Ministro interino.
Cardápio da infraestrutura
As agendas entre empresários brasileiros e italianos visaram reunir, de um lado, o conhecimento que empresas brasileiras têm do ambiente de negócios do Brasil, e a capacidade delas para atuar em todo o território nacional. Do lado italiano, o objetivo foi trazer conjunto relevante de grandes grupos com abrangência multinacional, governança, disponibilidade de capital e experiência nas áreas de concessões e parcerias público privadas.
Paulo Caffarelli, presidente do BB, destacou a amplitude do "cardápio" brasileiro de obras de infraestrutura a serem realizadas, e ressaltou que a possibilidade de se criar novos consórcios reacende o ambiente concorrencial, estimula os investidores privados e lança definitivamente as bases para o esperado fortalecimento do mercado brasileiro de capitais. "Hoje foi sobretudo um encontro de negócios, bastante focado, e que conseguiu colocar frente a frente, em 60 reuniões, os empresários dos dois países. São canais que vão se expandir, agregando novos atores, de outras nações".
O embaixador da Itália, Antonio Bernardini, lembrou que os encontros foram oportunidade única para que as empresas saibam de serviços financeiros e de consultoria oferecidos para quem participar das licitações. “Queremos que os encontros B2B de hoje representem terreno fértil para contatos diretos entre empresas italianas e brasileiras, favorecendo colaborações concretas”.