O escoamento da supersafra de soja prevista para este ano no Rio Grande do Sul tem intensificado o movimento de caminhões na BR-392, entre Rio Grande e Pelotas, e nos terminais graneleiros do Superporto rio-grandino. Diariamente chegam a Rio Grande em torno de 1000 caminhões. O imenso tráfego também tem gerado algumas situações inesperadas para terminais, e transtornos para alguns motoristas que fazem o transporte do grão desde a origem. No terminal da Bianchini, por exemplo, ontem estavam em torno de 60 caminhões com soja que foram enviados para descarga sem prévio aviso. As notas estavam no nome de uma empresa exportadora e a indicação era para descarregamento na Bianchini, sem ter sido feito contato com esta.

Conforme Waldir Bianchini, o terminal tem um limite de recebimento e não está preparado para atender cargas inesperadas. Mesmo assim, o problema foi resolvido e, no início da tarde, a maioria dos caminhoneiros tinha conseguido descarregar no terminal, que tem capacidade para atender 600 caminhões por dia com o grão. As notas foram trocadas, com a carga sendo colocada no nome da Bianchini, que fica com a soja. Por volta das 15h, ainda havia dois caminhoneiros aguardando troca de notas para poderem descarregar. No final da tarde, todos já tinham descarregado, segundo Waldir Bianchini.

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Valdecir Volpato, 29 anos, e Antônio Adler, 56 anos, ambos vindos de Júlio de Castilhos, estavam descontentes com a situação. Volpato e Adler acreditam que as cargas foram enviadas sem contrato com o terminal por falta de espaço nos silos para armazenagem, devido a grande produção do grão. Dizem que os caminhões são usados como depósitos. "Estou perdendo uma viagem. Cheguei à meia-noite de ontem (domingo) em Rio Grande. Já podia ter descarregado e estar voltando para pegar outra carga, mas tenho que esperar a troca da nota", observou Volpato. Ele trouxe 30 toneladas de soja para o porto rio-grandino.

Fonte: Jornal Agora/Rio Grande,RS/Carmem Ziebell