O custo logístico, entrave para a produção e distribuição de produtos, pode ser uma oportunidade de crescimento para o Ceará. Se o estado tiver um investimento na criação de uma infraestrutura de portos e aeroportos, é possível transformar-se em um centro de distribuição (hub) nacional, segundo o diretor, pesquisador e professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Ele palestrou durante o I Encontro do Comitê de Presidentes e Grupo de Dirigentes da Rede PAEX CE.
O desafio é reduzir os custos, que hoje representam mais de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) cearense para cerca de 10%, de acordo com o professor. No País, os gastos com logística representam 12% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos, 8%. São cerca de 83 bilhões de dólares de perdas anuais quando comparados os dois países.
No Nordeste, os custos sobem para 15% do PIB da região, com o transporte de longa distância dos centros de produção no Sul e Sudeste para a Região.
O professor explicou que o Ceará pode se tornar um centro de distribuição para o Norte e Nordeste nos setores de turismo, construção civil, tecnologia, máquinas e equipamentos.
É necessário agora, segundo ele, investir para criar um centro de exportação de produtos via Porto do Pecém, agregando também um aeroporto de cargas. O desenvolvimento da infraestrutura deve ser feito com investimento privado significativo e também Parcerias Público-Privadas (PPPs), de acordo com ele.
Para integrar o estado até a região do Cariri, o investimento deve ser em rodovias. Ele disse ser preciso criar um corredor logístico rodoviário entre norte e sul, além de centros de distribuição em torno de Fortaleza e região metropolitana, e em Juazeiro do Norte.
“Se pensarmos sob o ponto de vista da melhor logística, se tivesse um aeroporto de cargas ligado a Pecém teria uma sinergia entre movimentos aeroportuários e portuários interessantes e adição de valor no local”, analisou.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Os custos logísticos se referem aos gastos das empresas com o processo de transporte. No País, os custos ainda são altos porque não há um investimento: rodoviário, ferroviário, marítimo e aeroportuário
Números
15%
do PIB do Nordeste é quanto se gasta na região em custos de logística.
Fonte: O Povo (CE)/DEIVYSON TEIXEIRA
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