Planejada há cerca de um ano, a Plataforma Logística Multimodal Miguel Arraes, no município de Salgueiro, no Sertão, deu ontem o primeiro passo burocrático para se tornar realidade. A Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) publicou no Diário Oficial da União a contratação da ATP Engenharia para elaboração do seu projeto executivo. Nos próximos seis meses e por R$ 375,7 mil, a empresa irá realizar os estudos de obras viárias, urbanismo e de infraestrutura de energia e abastecimento necessárias para o empreendimento.

Na teoria, a Plataforma irá aproveitar a localização estratégica de Salgueiro para atrair empresas de distribuição, logística, indústrias que pretendem atender o mercado nordestino e agroindústrias. É que o município situa-se no entroncamento de duas rodovias federais, a BR-232 e a BR-116. Lá também será o ponto de divisão do trajeto da ferrovia Transnordestina, cujos trilhos vêm da cidade de Eliseu Martins (PI). Parte seguirá rumo ao Porto de Suape a outra em direção ao Porto de Pecém (CE).

“Num raio de 800 quilômetros de Salgueiro estão oito das nove capitais nordestinas, além de cidades importantes do ponto de vista econômico, ou seja, 95% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. Só fica de fora São Luís, no Maranhão. Há ainda o incentivo fiscal que isenta de 95% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas que desejarem investir no local”, complementou o presidente da AD Diper, Jenner Guimarães.

O desejo do governo do Estado é oferecer em uma área de 301,5 hectares uma estrutura com centro hoteleiro, oferta de serviços, zona de transporte e terminal rodoviário de carga e estação aduaneira. A ideia é dividir o local em 87 lotes, distantes 330 metros da Transnordestina. Até agora, a AD Diper já aplicou R$ 1,33 milhão em intervenções para viabilizar o empreendimento. Com o projeto executivo pronto será possível saber quanto ainda precisará ser investido e se vale a pena o cofre estadual bancar a conta. Guimarães ressaltou que não está descartada a hipótese de haver a participação da iniciativa privada, por meio de uma parceria público-privada (PPP).

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