No próximo ano vão ser investidos cerca de R$ 4,5 bilhões na construção de uma segunda usina termelétrica — a GNA II, com 1,7 mil megawatts (MW) de capacidade — no Porto do Açu, no Norte fluminense. A informação foi dada nesta quarta-feira por Carlos Tadeu Fraga, diretor-presidente da Prumo Logística, empresa que administra o Porto do Açu.
Congresso: Câmara aprova projeto que abre transporte de carga a navios estrangeiros
PUBLICIDADE
Por causa da pandemia, a entrada em operação da GNA I, de 1,3 mil MW, primeira termelétrica do complexo, teve sua entrada em operação adiada para o segundo trimestre de 2021. O projeto das duas termelétricas mais um terminal para receber Gás Natural Liquefeito (GNL), o gás na forma líquida, que entra em operação neste fim de ano, representam investimentos totais de R$ 9 bilhões da Gás Natural Açu (GNA), uma associação entre a Prumo Logística, a petroleira BP e a Siemens.
— A ideia inicial era começar as obras da GNA II logo após a conclusão da GNA I, mas a Covid-19 veio e tivemos que parar diversos processos. Queremos iniciar a sua construção muito em breve, mas isso vai depender da evolução da pandemia na região, pois estamos olhando com muito cuidado a saúde dos trabalhadores — destacou Tadeu Fraga.
As obras serão importantes na geração de empregos, principalmente em São João da Barra, no norte fluminense. Na construção da primeira termelétrica a GNAI foram gerados 7 mil empregos no pico das obras.
Por sua vez, o presidente da Porto do Açu Operações, José Firmo, anunciou os planos do grupo de inserir o Estado do Rio no mercado de fertilizantes, seja com a logística de importação de insumos, ou também visando atrair fábricas de fertilizantes.
A primeira operação foi realizada recentemente no terminal de MultiCargas do Porto, com a importação de 25 mil toneladas de cloreto de potássio destinadas ao interior de Minas Gerais.
— Tínhamos que conseguir trazer o agronegócio para o Rio de Janeiro. Fizemos um teste que se mostrou positivo, que foi o de importar fertilizantes pelo Porto do Açu. Nosso desejo é trazer mais competitividade para o agro, começamos com essa logística, e o grande objetivo é a volta do Brasil à produção de fertilizantes, aproveitando a estrutura logística do Açu, com a oferta de gás natural e energia — destacou José Firmo.
'Hub' de petróleo e gás
Segundo Firmo, apesar de o foco do Porto do Açu ser o de operações voltadas para a indústria petrolífera, incluindo um projeto para se tornar um hub de petróleo e de gás natural que virão da produção dos campos do pré-sal, já existe preocupação com sustentabilidade e redução das emissões de carbono.
— A ideia de desenvolver no Açu uma indústria baseada em todos os investimentos futuros de baixo carbono ainda está em construção neste momento. Mas, já que podemos produzir insumos com menor quantidade de carbono, no futuro, sim, queremos ter energia renovável no Açu. Já teremos 6 mil MW de energia limpa (do gás natural), e há grande potencial para desenvolver uma cadeia de desenvolvimento industrial de baixo carbono — disse.
O Porto do Açu é operado pela Prumo Logística, controlada pela americana EIG Global Energy. O porto começou a operar em 2014 e conta com vários terminais como os de petróleo, multicargas e minério, entre outros, além do complexo de gás natural.
Até o fim deste mês entra em operação o aeródromo, para atender voos de helicópteros para a Bacia de Campos.
A EIG Global Energy Partners assumiu em 2013 o comando do Porto do Açu, projeto idealizado pelo ex-milionário Eike Batista. Nos últimos seis anos desde que assumiu o controle do complexo portuário, a EIG investiu R$ 13 bilhões no desenvolvimento de infraestrutura e nos primeiros projetos.
Fonte: O Globo