O presidente do Sindiex, Severiano Imperial, disse que o setor tem mais a lamentar do que comemorar nos 18 anos de atuação do sindicato
As obras do aeroporto de Vitória que não decolam e a promessa de dragagem do porto da capital que se arrasta há 15 anos estão travando as operações de importação e exportação. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo, o Sindiex, Severiano Imperial, o Espírito Santo poderia dobrar o comércio internacional se houvesse infra-estrutura adequada à demanda da região.
O Estado movimenta por dia US$ 25 milhões de importação e US$ 37 milhões com as operações de exportação. Com boa infraestrutura do aeroporto e dos portos, o Espírito Santo teria condições e dobrar as importações e aumentar em pelo menos 20% as exportações.
"A nossa meta é ser um grande importador e exportador, distribuindo para o Brasil inteiro. Essa é a nossa meta, mas precisamos de porto e aeroporto", cobra Severiano na comemoração dos 18 anos do sindicato do setor. As operações de exportação e importação representam um terço da arrecadação de impostos no Espírito Santo.
Ouça entrevista à Rádio CBN:
Presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo Severiano Alvarenga Imperial
"Nós dependemos muito do aeroporto e de estradas. Quando falamos de portos, temos quatro com administração privada e que funcionam muito bem: Portocel, Praia Mole, Tubarão e Ubu. Nesses há manutenção e dragagem preventiva. Já no cais comercial de Capuaba e de Vitória, há problemas de dragagem. Os navios cresceram e alguns não conseguem entrar com a carga total nesses dois portos".
Segundo Severiano, os portos de Vitória e de Capuaba não podem receber navios com carga total. As embarcações atracam nos portos com 70% da carga e ainda precisam esperar o período de maré alta. O presidente do sindicato conta que o Porto de Vitória já chegou a operar com 10 empresas marítimas diferentes, mas atualmente são apenas dois grupos que atuam no porto.
Sobre o aeroporto de Vitória, Severiano disse que apenas 9% do que é importado ou exportado pelo estado chega pelo terminal Eurico Salles. "É apenas um voo semanal que chega a Vitória. Nós precisaríamos de três vezes mais o que temos hoje no aeroporto. Nós temos que descarregar mercadorias em Guarulhos - São Paulo - para trazer para Vitória. Ou seja, nós importamos por Guarulhos ou pela Rio de Janeiro e trazemos em caminhões para Vitória. Há custo adicional e perda de tempo nessas operações", disse.
Há o que comemorar
Na opinião do presidente do Sindiex, os empresário do comércio exterior tem o que comemorar com a representatividade da categoria. "Há 18 anos criamos o sindicato para defender os interesses do comércio exterior e do Fundap, que é o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias". O maior número de associados responde por empresários da área de importação. "Estamos muito afinados com os empresários do setor de rochas, de café e trabalhamos em conjunto sempre procurando harmonizar e criar melhores condições para o comercio exterior no Estado".
Fonte:A Gazeta (Vitória) ES
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