Um complexo portuário forte, integrado logisticamente, com maior capacidade de movimentação de cargas e que atenda a importadores e exportadores do mundo inteiro. Este é o posicionamento previsto no Plano Estratégico dos Portos do Paraná, que antecipa o cenário para o setor portuário estadual nos próximos 20 anos. O estudo foi apresentado pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mário Lobo Filho, durante a reunião de agosto do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Paranaguá (CAP), aos representantes do poder público, operadores portuários, trabalhadores e usuários dos serviços portuários, que formam o colegiado.
O documento, elaborado pelo Núcleo Permanente de Estudos Estratégicos da Appa, aponta os desafios e oportunidades que devem ser encarados pelo setor até 2030, além de ações e melhorias que precisam ser adotadas em curto e médio prazo. “Toda empresa interessada em crescer e garantir sua atuação no mercado sabe da importância de planejar o futuro e de implantar, a tempo, estratégias coerentes com estes objetivos”, destacou o superintendente.
“O setor de transportes marítimos e de logística mundial experimentam rápidas mudanças e os portos públicos paranaenses têm de se antecipar às necessidades do comércio internacional. Hoje, o Porto de Paranaguá está entre os mais importantes portos do Brasil, mas devemos solucionar determinados problemas pontuais e ampliar nossa capacidade de movimentação para continuarmos competitivos. O Plano Estratégico identifica gargalos e aponta caminhos, é uma ferramenta de gestão”, completou.
As ideias paranaenses também foram apresentadas durante o workshop “Planejamento Estratégico e Plano de Expansão dos Portos”, promovido pela Secretaria dos Portos, em conjunto com as Companhias Docas, em Brasília, no mês de julho.
INTEGRAÇÃO: Indicada como um dos pontos chave para o crescimento do setor portuário, as logísticas rodoviária e ferroviária também são abordadas no estudo. O secretário dos Transportes, Mario Stamm Júnior, deve apresentar em uma próxima reunião do CAP projetos neste sentido, incluindo a criação de uma Rodovia Interportos, uma estrada perimetral de 40 km de extensão, com faixas exclusivas para tráfego de caminhões com destino aos portos paranaenses.
Através de parceria com a Secretaria dos Transportes, a Appa propõe a criação de novos acessos que desviem da rota atual, via Curitiba. “Teríamos uma ligação dos portos com a região Sul do Brasil, pela BR 101, que vai de Garuva até Santa Catarina, e uma ligação ao Norte, pela BR 116, que passa por Antonina em direção a São Paulo”, contou a coordenadora do Núcleo Permanente de Estudos Estratégicos, Maria do Perpétuo Socorro de Oliveira.
EXPANSÃO: As possibilidades de crescimento para os próximos 10 anos, ou seja, de 2010 até 2020, destacam um complexo portuário formado por quatro terminais: Paranaguá (Dom Pedro II), Antonina, Pontal do Paraná e Imbucuí (também em Paranaguá). Cada porto teria sua atividade principal definida por suas características naturais e de infraestrutura, respeitando a vocação graneleira do Porto de Paranaguá e o comércio de produtos congelados via porto de Antonina, por exemplo.
Segundo Lobo Filho, o Porto de Paranaguá – terminal Dom Pedro II – teria cais expandido (área primária) e ampliação da área de interesse portuário, definida pelo zoneamento urbano da cidade. “A ideia é não permitir que o porto seja pressionado pela área urbana e vice-versa”, defendeu o superintendente. “É algo possível e que tem como base o Plano Diretor de Paranaguá”, completou.
O porto de Imbucuí, previsto pelo Zoneamento Municipal de Paranaguá como zona de interesse de expansão portuária, seria uma alternativa para receber o crescente movimento do terminal Dom Pedro II e poderia abrigar um distrito industrial. “A área é privilegiada e as vias de acesso já são previstas”, acrescentou o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, durante a apresentação.
Ainda de acordo com o Plano Estratégico, Pontal do Paraná, cuja baía tem grande profundidade, teria capacidade para receber grandes navios de contêineres e de graneis líquidos, além de abrigar estaleiros para construção naval, apoio marítimo e bases de exploração de petróleo do Pré Sal. “Como atualmente temos diferentes donos de áreas e enfrentamos questões de porto organizado, penso que talvez possamos ter um condomínio portuário. Precisamos pensar em parcerias para não inviabilizar investimentos”, ressaltou o superintendente da Appa.
O Porto de Antonia deverá ampliar a movimentação de congelados através do Terminal da Ponta do Félix e aproveitar os berços do Terminal Barão de Teffé para serviços de navegação e comércio nacional (cabotagem), com investimentos em dragagem e na construção de novos pátios e armazéns de cargas.
Para os próximos 20 anos, até 2030, a perspectiva é de ampliar o complexo portuário paranaense com a criação de um terminal na Ilha Rasa da Cotinga, que também é considerada como expansão natural do Porto de Paranaguá.
Estratégias Imediatas (Box)
O superintendente Mario Lobo Filho também apresentou aos conselheiros os planos de obras urgentes, que devem ser implantas ainda em 2010 até 2012, em Paranaguá. Entre elas estão:
- Repotenciamento do Corredor de Exportação Leste, duplicando a capacidade de embarque dos berços 212, 213 e 214, para o atendimento de navios com capacidade de mais de 75 mil toneladas de produtos.
- Substituição dos armazéns horizontais do Corredor de Exportação Leste por dois armazéns horizontais de 70 mil toneladas, cada.
- Adequação do calado dos berços para até 14 metros de profundidade.
- Ampliação do Pátio de Triagem de Caminhões.
- Criação de Pátio Rodoviário para Contêineres.
-Construção do Corredor Oeste, com novos berços para exportação de grãos.
- Aumento da capacidade de acesso ferroviário a Paranaguá.
- Construção de novas vias de acesso ao porto.
- Construção de um terminal de passageiros para atrair linhas de navegação que operam com turismo nacional e internacional, com objetivo de incentivar o turismo na região.
Fonte:Agência Estadual de Notícias
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