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Evolução do setor de logística atrai capital de risco

Dispostos a correr um pouco mais de risco em troca de uma melhor rentabilidade, os investidores em fundos de private equity estão atentos à expansão do setor de logística. E alguns deles alcançam seu objetivo mais rápido que o esperado graças ao forte crescimento do setor.

O mercado esquentou já no fim de 2011, quando o fundo de investimentos em participações Tarpon aportou R$ 134 milhões na AGV Logística para adquirir 51,22% das ações da companhia. Este ano, entre os novos negócios que uniram investidores de risco e empresas de logística, o braço de private equity do banco de investimento BR Partners comprou em abril participação minoritária no Grupo Sequoia, especializado em comércio eletrônico. No fim de junho a Sequoia fez sua primeira aquisição, da Linx Fast Fashion, para prestar serviços especializados ao setor de moda e confecções.

Alguns negócios iniciados há menos de cinco anos - prazo em que geralmente esses fundos esperam a maturação de seus investimentos - começaram a dar resultados. Um exemplo foi a venda de parte do capital da Rapidão Cometa que pertencia ao fundo de private equity da gestora Governança & Gestão (GG), do ex-ministro do Planejamento, Antônio Kandir, para a FedEx, a maior empresa de logística do mundo, em julho. Também neste ano, o Pátria Investimentos, segunda maior gestora de fundos em participações do país com mais de R$ 11 bilhões em ativos, vendeu para a trading japonesa Mitsui sua participação na Veloce, também adquirida em 2009.

Formado por algumas centenas de milhares de pequenas e médias empresas, com "DNA" de transportadoras e umas poucas gigantes, o setor de logística brasileiro é um dos que apresentam as maiores oportunidades de negócios para consolidação na opinião do consultor Roque Cifu, executivo sênior da Accenture.

"Como a logística é complicada no Brasil, o que atrai esses investidores é o desafio de ajudar na gestão do negócio tornando-o mais eficiente", diz o consultor. Segundo Roque Cifu, a conta de transporte costuma ser uma das mais importantes dentro das empresas, chegando a representar cerca de dois terços das despesas totais.

Tipicamente, os fundos private equity ganham um percentual sobre o Ebitda (na sigla em inglês, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa que compram, explica Roque Cifu. "Se você consegue aumentar o Ebitda, obtém uma valorização do capital."

Na prática, foi essa a experiência do Pátria com a Veloce, segundo o diretor Marco D'Ippolito. A empresa administra o transporte o serviço de coleta, armazenagem e transporte de peças e componentes nos centros de distribuição internos de montadoras de veículos. Depois de um investimento de R$ 25 milhões do Pátria, a companhia multiplicou 50 vezes seu valor de mercado até que atraiu a atenção do grupo japonês Mitsui que pagou aproximadamente US$ 58 milhões por ela. "O pulo do gato nesta operação foi a unificação de todos os serviços e a cobrança, reduzindo custos e incrementando a marca", explica D'Ippolito.

A aposta do Pátria no setor logístico vai muito além da Veloce. Em 2010, seus administradores criaram, em parceria com o Grupo Promon, o P2 Brasil, um fundo de investimentos com foco nos setores de logística e transporte, óleo e gás e serviços ambientais com ênfase na infraestrutura de apoio para clientes corporativos. No segundo semestre de 2011, o P2 Brasil concluiu a captação de US$ 1,15 bilhão junto aos principais investidores institucionais do mundo. Com os recursos levantados, já investiu em duas companhias de logística: a NovaAgri, de armazenagem e escoamento agrícola, e a Hidrovias do Brasil, uma empresa criada pelo fundo com objetivo de desenvolver soluções logísticas integradas no modal hidroviário na América Latina.

No caso da Rapidão Cometa, transportadora de Pernambuco especializada no mercado nordestino, a gestora GG entrou em 2009 e ajudou a empresa com uma injeção de capital. Os recursos permitiram acelerar a estratégia de expansão que incluiu o investimento em um terminal logístico de São Paulo, com 65 mil m2. A partir desse negócio, a Rapidão Cometa começou a se expandir para o Sudeste, chamando a atenção da gigante FedEx.

Por trás dos projetos de expansão destas e outras empresas de logística está uma demanda dos clientes que já não se satisfazem com o serviço de leva e trás e passaram a exigir de suas transportadoras que assumissem outros papéis na parceria como o armazenamento, fracionamento e entrega dos produtos. "Antes as transportadoras faziam a logística, não porque quisessem, mas por pressão dos clientes que cada vez mais precisavam dos serviços", comenta Alexandre Caldas, sócio do Grupo Pacer, empresa que concluiu recentemente um projeto de expansão.

"Isso abriu portas para empresas menores como a nossa", concluiu Caldas, destacando que recebe consultas de fundos de investimentos, mas não fechou com ninguém por enquanto. A Pacer começou como consultoria em logística para empresas de telecomunicações em 2008, passou em seguida para a distribuição e em 2011 consolidou suas atividades como operador logístico para cerca de 80 cliente.

O BR Partners somou este ano a holding Sequoia ao seu portfólio que já conta com outras empresas na área de logística. "O foco da companhia é ser provedor de serviços nesse segmento que vem crescendo 45% ao ano nos últimos dez anos e em 2011 cresceu mais 26% movimentando R$ 18,7 bilhões em vendas de produtos", contam Jório Salgado e Diogo Bassi, sócios do banco.

Fonte: Valor / Janes Rocha






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