O agronegócio foi responsável por 46% das exportações cearenses em 2011, movimentando US$ 648 milhões. Desse total, US$ 102 milhões vieram da exportação de frutas frescas, com destaque para o melão (US$ 76,3 milhões), a banana (US$ 10,3 milhões) e a melancia (US$ 7,5 milhões). Além disso, as exportações de castanha de caju somaram US$ 190,5 milhões. Vale destacar que, nos três primeiros meses de 2012, as exportações de frutas frescas cresceram 34,3% no Ceará, ante igual período de 2011 (US$ 26,97 contra US$ 20,09 milhões).
Os números mostram a força do setor no Estado, que é o terceiro maior exportador de frutas do País, atrás da Bahia e de Pernambuco. Mas, se por um lado, os números referenciam à fruticultura na pauta de exportações do Ceará, por outro lado, revelam o quanto o Estado deve preocupar-se em manter e expandir o setor.
"O Ceará, o Brasil está perdendo competitividade no setor de fruticultura, apesar dos avanços registrados nos últimos dez anos", afirma o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel. Segundo ele, há uma "penca" de problemas no País, notadamente, no Ceará, que estariam afetando o setor e que, até agora, não possuem soluções.
"Pragas"
Ele cita como "pragas" à expansão da produtividade e à maior competitividade da fruticultura cearense os elevados preços dos insumos e da energia elétrica, os pesados encargos sociais e trabalhistas, além da burocracia para instalação de novas plantas produtivas no campo e de problemas logísticos no Porto do Pecém. "O maior gargalo está na logística, porque fruta é produto perecível. Essa é uma grita (sic) que estamos fazendo", diz.
Porto do Pecém
Segundo Bringel, o setor teme enfrentar uma série de problemas, no futuro próximo, com o início da operação da siderúrgica do Pecém, e, consequente, movimentação de carvão no terminal portuário. "Sabemos que teremos que dividir espaços no porto com o carvão. O terminal terá de dispor de locais, (píeres e retro áreas) bem definidos para os minérios e as frutas", diz. Há ainda problemas de manutenção dos contêineres, que, agora, estão deixando a área interna do porto, para um local privado externo. "O que nos preocupa mais é a perda de competitividade. O Ceará está deixando de atrair novos players, novas empresas para atuar no setor", afirma. Ele reconhece, no entanto, que o que o setor estaria deixando de vender para o mercado externo estaria sendo direcionado e consumido no mercado doméstico.
Encontro
Numa tentativa de movimentar e difundir o agronegócio do Ceará, Euvaldo Bringel informa que a XX edição da Frutal, de 09 a 13 de setembro de 2013, irá abrigar a XX Reunião da Banana, maior encontro mundial de produtores, comerciantes e exportadores da fruta no mundo. Além disso, de 09 a 11 de maio próximos, Fortaleza irá receber o presidente da Fruit Logística, uma das maiores feiras de frutas frescas do Mundo, Gerard Lamess, que vem conhecer fruticultores e a estrutura produtiva e exportadora do Estado.
"É importante ressaltar que o Ceará tem a presença das maiores empresas do mundo plantando frutas no Estado, diretamente ou em parceria. Tudo isso forma um cenário competitivo para atrairmos a Fruit Logística, o que será um enorme passo para colocarmos o Ceará na vitrine mundial da fruticultura", diz Bringel.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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