Em 2024, 1,826 milhão de sacas de café, o equivalente a 5.534 contêineres, ficaram armazenadas nos portos brasileiros sem embarque devido a atrasos, mudanças de escala e rolagens de cargas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Esses entraves resultaram em um prejuízo portuário de R$ 9,2 milhões apenas em dezembro, totalizando R$ 51,5 milhões no segundo semestre do ano. Além disso, o Brasil deixou de arrecadar US$ 555,62 milhões (R$ 3,38 bilhões) em receita cambial com a exportação não realizada.
Os problemas logísticos também afetaram produtores, principalmente pequenos agricultores, que dependem da exportação para obter receita. A estrutura portuária limitada e a alta demanda por contêineres dificultam os embarques, afetando a competitividade do setor. O Cecafé afirma que tem buscado diálogo com autoridades para melhorar a infraestrutura e reduzir impactos econômicos.
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Em dezembro, 71% dos navios porta-contêineres tiveram atrasos ou mudanças de escala, impactando diretamente os embarques. No Porto de Santos, responsável por 68% das exportações de café, 84% das embarcações registraram atrasos, com esperas de até 56 dias. No Rio de Janeiro, segundo maior exportador, 56% dos navios enfrentaram problemas, com prazos de até 35 dias entre o primeiro e o último deadline.
O Cecafé informou que segue pressionando por investimentos para ampliar a capacidade dos portos, melhorar rodovias e ferrovias e aprofundar calados para receber navios maiores. Recentemente, o Comitê Logístico da entidade se reuniu com a Autoridade Portuária de Santos para discutir soluções e acompanhar projetos como a ampliação da Rodovia Imigrantes, o aprofundamento do canal e o leilão do Tecon10. Também há expectativa de que o Porto de Itajaí possa ajudar a reduzir a sobrecarga nos principais terminais do país.