A paralisação dos servidores da Anvisa, iniciada no último dia 16, combinada com a operação padrão da Receita Federal, já reduziu o número de autorizações para desembarque a menos da metade em alguns portos, sobretudo em Santos, estima o Centro Nacional de Navegação (Centronave), entidade de classe que representa as maiores companhias de transporte marítimo no longo curso. Pelos terminais portuários brasileiros são movimentados mais de 90% do comércio exterior nacional.
A greve praticamente paralisou a emissão e despachos de livre-prática (autorização para a movimentação de cargas), documento pelo qual a Anvisa libera as operações de embarque e desembarque.
A indústria, prevê o Centronave, poderá ser severamente afetada pela greve, pois depende da importação de equipamentos e insumos, mas também a cadeia exportadora do agronegócio já começa a contabilizar perdas, uma vez que esta é uma época de pico de embarque das safras agrícolas.
O Centronave avalia que, em alguns portos, como o do Rio de Janeiro, onde não costuma haver grandes gargalos para atracação em comparação a outras regiões do país, a fila de espera de navios já é o dobro do habitual. O número de navios em trânsito no Rio de Janeiro foi reduzido à metade.
Muitas embarcações têm preferido permanecer fundeadas fora da Baía de Guanabara a ingressar no Porto carioca, temendo ficar retidas pela greve. Os custos ainda não podem ser estimados, mas, alerta o Centronave, certamente terão efeito negativo no desempenho de empresas exportadores, bem como na balança comercial do terceiro trimestre.
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